França planeja nova reunião de 'Amigos da Síria', sem o Irã

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A França vai sediar em 6 de julho uma reunião de países que apóiam a saída do presidente sírio, Bashar al-Assad, do poder, mas disse nesta quinta-feira que não incluirá o Irã nessa tentativa de resolver a crise. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Bernard Valero, confirmou que a França irá sediar um terceiro encontro "Amigos da Síria", num momento em que as potências mundiais buscam uma maneira de deter o derramamento de sangue no levante contra Assad. "(O encontro) vai reunir todos os Estados e organizações que querem dar seu apoio ao povo sírio em um momento em que a situação humanitária e de segurança está piorando e a repressão continua", disse Valero. Cerca de 50 países, incluindo Estados Unidos, Grã-Bretanha, Turquia, Arábia Saudita e Catar, tomarão parte da reunião. Os encontros prévios renderam muito pouco, em razão do impasse político e da falta de interesse em uma intervenção militar. "O regime iraniano até agora tem apoiado sem interrupção Bashar al-Assad e a repressão a seu povo", disse Valero. "Nesse contexto, não é possível associá-lo à resolução da crise." A França, bem como países árabes e ocidentais, está tentando aumentar a pressão sobre o governo sírio. O país vem buscando um compromisso com a Rússia, aliada de Assad, para permitir uma medida mais dura do Conselho de Segurança da ONU e a definição de uma transição política. Valero disse que a conferência em Paris vai incluir a oposição síria e se "enquadrar nos esforços da comunidade internacional para garantir que o plano de seis pontos de (Kofi) Annan seja eficientemente posto em prática". A Rússia será convidada para a reunião, mas em abril o governo russo afirmou que o grupo Amigos da Síria era "destrutivo" e poderia minar os esforços de paz de Annan, que, segundo o país, não deve ser abandonado apesar da violência persistente. O âmago do plano de paz de Anna era um cessar-fogo que nunca chegou a vigorar de fato. Em declarações após se reunir com o presidente francês, François Hollande, o primeiro-ministro do Catar, xeque Hamad bin Jassim al-Thani, que anteriormente defendeu a entrega de armamento aos rebeldes, disse que o governo sírio fez de tudo para assegurar o fracasso do plano de Annan.

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