
18 de outubro de 2009 | 19h02
O plano de colocar Jean Sarkozy, universitário de 23 anos, a cargo da agência, que busca transformar La Defense em um centro financeiro para rivalizar com a City de Londres, causou revolta pelo tratamento preferencial ao filho de Sarkozy, apelidado de "dauphin", ou príncipe, pela imprensa francesa.
No domingo, o porta-voz do governo Luc Chatel se apressou em aproveitar a saída oferecida pelo parlamentar socialista Gaëtan Gorce em uma transmissão radiofônica.
Gorce disse que o governo pode evitar um conflito de interesses se os representantes ministeriais no comitê da EPAD, a agência estatal em questão, se abstiverem de votar.
O gesto tornaria a eleição de Jean Sarkozy para presidente da agência mais incerta por inclinar o equilíbrio político do comitê para a esquerda.
"Noto que no passado houve ocasiões em que os representantes do Estado não participaram da votação", disse Chatel no programa de rádio da estação Europe 1.
"Assim, para garantir a clareza e a transparência, poderia ser muito bom imaginar que estes não participarão do pleito."
Isso deixaria quatro funcionários de direita, quatro de esquerda e um representante da câmara de comércio para votar na candidatura de Jean Sarkozy.
O jovem Sarkozy, mais alto que seu pai mas com trejeitos e ambições semelhantes, é estudante do segundo ano de Direito e conselheiro no rico departamento de Hauts-de-Seine nos arredores de Paris.
O próprio presidente Sarkozy construiu sua carreira política no subúrbio esquerdista e encabeçou a EPAD até pouco antes de sua eleição como mandatário do país em 2007.
Ele e seu filho disseram que os ataques são injustificados e que Jean Sarkozy irá provar seu valor independentemente de seu sobrenome famoso.
Mas até políticos do partido UMP do presidente expressaram preocupação de que o plano prejudique suas chances eleitorais no momento em que pesquisas mostram que a maioria dos franceses se opõe à nomeação.
(Reportagem de Yves Clarisse)
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