20 de agosto de 2010 | 17h43
PARIS- O chanceler da França, Bernard Kouchner, garantiu nesta sexta-feira, 20, que seu país "não negará nenhum esforço para salvar" a iraniana Sakineh Mohammadi Ashitiani, inicialmente condenada a apedrejamento por adultério e agora acusada pela morte de seu marido.
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O apedrejamento "é um tratamento bárbaro, cruel e desumano", disse o ministro, e o Irã, principalmente por seu apoio ao acordo internacional referente aos Direitos Civis e Políticos, se comprometeu a não submeter nenhum cidadão "a tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes".
Kouchner destacou que o pacto prescreve que mesmo no caso de se aplicar penas de morte, ela deve se reservar "aos crimes mais graves". Segundo o ministro, a França "de mobilizou para salvar esta mulher da morte".
O chefe da diplomacia francesa também pediu que as autoridades iranianas "estabeleçam uma moratória geral sobre as execuções, com vistas a uma posterior abolição da pena capital", e "escutem a voz da comunidade internacional e a mobilização das sociedades civis".
De acordo com Kouchner, a França, "assim como o conjunto de seus sócios da União Europeia, se opõe à pena de morte em todo o lugar e circunstância".
Sakineh foi condenada em 2006 por manter relações ilícitas com dois homens após ficar viúva, o que, segundo a lei islâmica, também é considerado adultério. Primeiramente a pena foi de 99 chibatadas, depois convertida em morte por apedrejamento e, posteriormente, alterada para enforcamento.
Em julho deste ano, Mostafaei tornou público o caso em um blog na internet, o que chamou a atenção da comunidade internacional. Perseguido pelas autoridades iranianas, ele fugiu para a Turquia, de onde buscou asilo político na Noruega.
O governo brasileiro ofereceu refúgio a Sakineh, o que foi rejeitado por Teerã. A pena de morte foi mantida por um tribunal de apelações, que acrescentou ao caso a acusação de conspiração para a morte do marido.
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