17 de março de 2009 | 11h23
O austríaco Josef Fritzl escondeu novamente o rosto e se negou a falar com a imprensa no início da segunda sessão do julgamento contra ele por ter mantido a filha Elisabeth trancada durante 24 anos em um porão, nos quais abusou sexualmente dela, uma atitude que, segundo o advogado de defesa, é porque tem "vergonha". Um fotógrafo da agência austríaca APA, uma das únicas a trabalhar dentro do tribunal com autorização da Justiça, conseguiu tirar a primeira foto de Fritzl sem cobrir o rosto com uma pasta. A imagem foi distribuída para todas as agências de notícias que cobrem o julgamento de forma gratuita. O acusado foi fotografado durante uma pausa da audiência para o almoço.
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O "monstro de Amstetten", como foi chamado pela imprensa na época, chegou à Audiência Provincial de Sankt Pölten, que tramita o processo, às 9h04 (5h04 de Brasília), escoltado por dois agentes policiais. Assim como fez na abertura do julgamento, Fritzl, de 73 anos, escondeu o rosto e se negou a responder as perguntas da única equipe de jornalistas, da televisão austríaca ORF, que pôde ter acesso à sala por um breve momento. Rudolf Mayer, o advogado de defesa, justificou a atitude de seu cliente: "Simplesmente, teve vergonha".
A sessão desta terça que julga Fritzl pelos crimes de assassinato por omissão de socorro, escravidão e estupro, entre outros, acontecerá a portas fechadas para proteger a privacidade das vítimas. O júri popular continuará vendo o vídeo com o testemunho de Elisabeth sobre os 24 anos de encarceramento, e sua vida e a dos sete filhos que deu à luz no porão. A morte pouco após o nascimento de um dos bebês é a base da Promotoria para acusar Fritzl de assassinato, ao entender que ele ignorou os problemas respiratórios do bebê e não permitiu o atendimento médico que poderia ter salvado o recém-nascido.
Elisabeth, que não comparecerá ao julgamento, é a única testemunha de um processo que deve ficar resolvido na quinta ou sexta-feira. Também testemunharão quatro peritos, um neonatologista - sobre a possível responsabilidade de Fritzl na morte do bebê -, um psiquiatra - sobre o estado mental do acusado -, e dois técnicos - sobre o sistema de acesso e ventilação no porão. Rosemarie, mulher de Fritzl e mãe de Elisabeth, recusou-se a testemunhar. Segundo a polícia, ela criou três dos filhos que Elisabeth teve com o pai, acreditando que a filha os havia abandonado e sem conhecer a verdade sobre a paternidade das crianças.
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