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Funcionários e polícia se chocam em aeroporto durante greve da Iberia

Por CATHERINE MACDONALD
Atualização:

Trabalhadores sindicalizados entraram em confronto com a polícia no aeroporto de Barajas, em Madri, nesta segunda-feira, no primeiro dia de uma greve de uma semana por mais de 3.800 postos de trabalho que devem ser cortados na Iberia, a principal companhia aérea da Espanha. Centenas de funcionários protestaram em frente a Barajas e dentro do Terminal 4, onde realizaram um protesto passivo enquanto gritavam e buzinavam. Em frente ao terminal, a polícia bateu em alguns grevistas com cassetetes. Ao menos cinco manifestantes foram presos. Mais de 80 voos da Iberia foram cancelados na segunda-feira, quando trabalhadores começaram a série de greves que deve custar à empresa e à economia nacional milhões de euros em negócios perdidos. Greves antigas custaram à Iberia entre 2 milhões de euros e 3 milhões de euros por dia, disse uma porta-voz à Reuters. Os funcionários, que incluíam carregadores de bagagem e comissários de bordo, estão realizando três greves de cinco dias em fevereiro e março para protestar contra os planos da diretoria de cortar empregos e salários na companhia aérea deficitária. Cerca de 10 por cento dos voos de longa distância e metade dos voos domésticos não decolam nesta semana. Os sindicatos iniciaram as manifestações na manhã com uma marcha de 8 quilômetros ao redor de Barajas, dizendo aos repórteres que a companhia aérea estava sob ameaça, assim como o futuro do aeroporto. "Ninguém está a salvo de ser demitido", disse no protesto Elias Gonzalez, um supervisor de manutenção que trabalha para a Iberia 27 anos. "Havia um acordo inicial com a empresa quando a fusão com a British foi acordada, mas agora há desacordo". Embora um quadro reduzido de funcionários estivesse trabalhando e a empresa tivesse marcado uma nova data para a maioria dos passageiros ou devolvido o dinheiro das passagens, algumas pessoas ficaram presas. "Quando fazemos turismo, não queremos ser incomodados com greves", disse Robert, um turista francês que não quis dar seu sobrenome. "Todo mundo tem problemas, mas não deveriam incomodar as pessoas que trazem dinheiro. Isso também é negócio". Filas se formaram quando alguns funcionários abandonaram os balcões de check-in, enquanto os sindicalistas gritavam no aeroporto. A greve de 18 a 22 de fevereiro coincide com feriados escolares na Grã-Bretanha, a maior fonte de turistas da Espanha. O turismo é responsável por cerca de 11 por cento da produção econômica espanhola e é um dos poucos setores em crescimento do país em uma recessão prolongada que empurrou o índice de desemprego para acima dos 26 por cento. (Reportagem adicional de Robert Hetz e Silvio Castellanos)

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