
26 de agosto de 2011 | 09h04
A Líbia é um tradicional ponto de reunião para os milhares de africanos que tentam chegar à Europa na ilha de Lampedusa, que fica na costa da Sicília.
Um acordo entre a Líbia e a Itália para devolver os migrantes antes de eles entrarem nas águas territoriais italianas conteve o fluxo - até que, no começo deste ano, a guerra civil líbia eliminasse a possibilidade de controle fronteiriço nesse país, motivando uma nova leva de migrantes.
A Itália já foi o maior aliado de Gaddafi na Europa, mas o regime agora deposto voltou sua ira contra a antiga potência colonial depois que Roma expressou apoio ao movimento rebelde e aderiu à operação militar da Otan na Líbia, segundo Frattini.
"Temos (em nosso poder) mensagens terríveis, e elas serão divulgadas em breve", afirmou Frattini ao jornal católico Avvenire. "Temos provas das ordens dadas pelo governo de Gaddafi para transformar Lampedusa em um inferno: 'Coloquem milhares de pessoas desesperadas em barcos e deixem a ilha caótica'. Temos provas e não podemos ignorá-las."
A Itália também disse ter "mensagens" mostrando que autoridades líbias ordenaram que cadáveres de soldados fossem vestidos à paisana, para sugerir que a Otan estava matando civis em sua campanha militar.
Desde o início da rebelião na Líbia, dezenas de milhares de migrantes chegaram a Lampedusa, quase abarrotando a pequena ilha, despreparada para o afluxo repentino.
(Reportagem de Deepa Babington)
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