Geórgia acusa Rússia de incitar motim de batalhão de blindados

Incidente acontece na véspera de exercícios da Otan no país; Moscou diz que acusação justifica crise interna

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Por Agências internacionais
Atualização:

Soldados de um batalhão de blindados destacados nos arredores de Tbilisi se amotinaram nesta terça-feira, 5, pouco depois de o governo anunciar que tinha desarticulado um complô de golpe de Estado apoiado pela Rússia. Autoridades disseram ainda que o objetivo do plano era matar o presidente georgiano, Mikheil Saakashvili. A Rússia afirmou que as acusações do vizinho eram "loucura". O incidente aconteceu na véspera dos Exercícios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em território georgiano.

 

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A Otan havia anunciado exercícios envolvendo 1.300 soldados de 19 países, entre 6 de maio e 1 de junho, no território da Geórgia, uma ex-república soviética que está em processo de adesão à aliança militar ocidental e sofreu uma invasão russa em agosto passado. Segundo o ministro da Defesa da Geórgia, David Sujarulidze, os amotinados reivindicavam, entre outros objetivos, o fim das manobras da Otan em Tbilisi". O presidente georgiano afirmou que a situação no país está "sob controle" e ressaltou que o motim, ocorrido 30 quilômetros ao leste de Tbilisi, é um "incidente isolado".

 

Segundo ele, o motim começou depois de nesta manhã o Ministério do Interior anunciar que tinha sido desarticulado um complô para preparar um golpe de Estado. "Segundo dados do Ministério (do Interior), os organizadores do golpe de Estado são ex-altos funcionários do Ministério da Defesa que estavam vinculados com os serviços secretos da Rússia", declarou o porta-voz da pasta, Shota Utiashvili.

 

Em mensagem na televisão, Saakashvili afirmou que o objetivo do motim era criar um cenário de levantamento armado de grande escala em Tbilisi e atentar contra a soberania da Geórgia e a integração europeia e atlântica do governo georgiano". Segundo o presidente, há ordem e tranquilidade no resto das unidades militares do país. Saakashvili ainda acusou diretamente a Rússia pelo incidente. "Peço ao nosso vizinho do norte de cesse as provocações", afirmou, em referência à acusação de que os russos respaldaram a tentativa de golpe de Estado.

 

Moscou negou envolvimento no incidente. O enviado russo na Otan, Dmitry Rogozin, afirmou que as acusações são uma tentativa de Saakashvili de distrair a atenção dos problemas internos do país. "O fato de um motim ter começado em uma brigada do Ministério da Defesa é somente um reflexo de toda a crise política e econômica que está se desenvolvendo na presidência de Saakashvili", disse. Segundo o enviado russo, o presidente georgiano está tentando "explicar as consequências de suas loucuras com acusações de que a Rússia está envolvida em um plano".

 

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