31 de agosto de 2007 | 14h21
O Partido AK, da Turquia, revelou na sexta-feira um plano quinquenal de governo que promete concretizar as reformas que estão emperradas, para levar o país à União Européia, além de cortar impostos e preservar a disciplina fiscal.O novo programa de governo segue a linha do manifesto com o qual o AK, que tem raízes islâmicas, conquistou a reeleição em julho.O primeiro-ministro Tayyip Erdogan já tinha prometido persistir na agenda reformista, que visa manter o crescimento econômico, reduzir o desemprego e baixar a inflação, através do aumento da renda anual per capita dos atuais US$ 5.500 para US$ 10 mil."Nosso governo vai prosseguir com as reformas estruturais com determinação no período que começa", disse ele ao Parlamento. "Vamos continuar a desenvolver o regime de metas de inflação."O governo anterior, também do AK, baixou a inflação para um dígito só pela primeira vez em uma geração inteira, e promoveu um crescimento econômico anual de 7%, na recuperação turca em relação à crise financeira de 2001.A administração também seguiu uma política de disciplina fiscal, embora às vésperas das eleições os gastos públicos tenham aumentado, segundo economistas.O novo gabinete de Erdogan foi aprovado na quarta-feira pelo presidente Abdullah Gul, um dia depois de Gul, ex-ministro das Relações Exteriores, ter sido eleito para o cargo por votação indireta no Parlamento.Erdogan colocou em seu gabinete alguns ministros pró-UE e pró-reformas, especialmente Mehmet Simsek, responsável pela economia. Mas há quem diga que o governo está cheio de aliados de Erdogan, com características mais conservadoras e de tendência religiosa.A Comissão Européia já pediu a Erdogan que pressione para a concretização das reformas, a fim de que a Turquia possa entrar no bloco. Partes da negociação foram suspensas no ano passado porque o governo turco recusou-se a abrir seus portos para o tráfego cipriota.A União Européia deve publicar um relatório sobre os avanços no processo turco no dia 8 de novembro, e Ancara espera que a realização das reformas garanta um tom mais positivo para o documento. Diplomatas dizem, porém, que pode já ser tarde demais para isso.
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