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Governo da Turquia lança plano de reformas para chegar à UE

Novo gabinete do premiê, com ministros pró-reformas foi aprovado presidente em seu primeiro dia de governo

Por HIDIR GOKTAS E SELCUK GOKOLUK
Atualização:

O Partido AK, da Turquia, revelou na sexta-feira um plano quinquenal de governo que promete concretizar as reformas que estão emperradas, para levar o país à União Européia, além de cortar impostos e preservar a disciplina fiscal. O novo programa de governo segue a linha do manifesto com o qual o AK, que tem raízes islâmicas, conquistou a reeleição em julho. O primeiro-ministro Tayyip Erdogan já tinha prometido persistir na agenda reformista, que visa manter o crescimento econômico, reduzir o desemprego e baixar a inflação, através do aumento da renda anual per capita dos atuais US$  5.500 para US$ 10 mil. "Nosso governo vai prosseguir com as reformas estruturais com determinação no período que começa", disse ele ao Parlamento. "Vamos continuar a desenvolver o regime de metas de inflação." O governo anterior, também do AK, baixou a inflação para um dígito só pela primeira vez em uma geração inteira, e promoveu um crescimento econômico anual de 7%, na recuperação turca em relação à crise financeira de 2001. A administração também seguiu uma política de disciplina fiscal, embora às vésperas das eleições os gastos públicos tenham aumentado, segundo economistas. O novo gabinete de Erdogan foi aprovado na quarta-feira pelo presidente Abdullah Gul, um dia depois de Gul, ex-ministro das Relações Exteriores, ter sido eleito para o cargo por votação indireta no Parlamento. Erdogan colocou em seu gabinete alguns ministros pró-UE e pró-reformas, especialmente Mehmet Simsek, responsável pela economia. Mas há quem diga que o governo está cheio de aliados de Erdogan, com características mais conservadoras e de tendência religiosa. A Comissão Européia já pediu a Erdogan que pressione para a concretização das reformas, a fim de que a Turquia possa entrar no bloco. Partes da negociação foram suspensas no ano passado porque o governo turco recusou-se a abrir seus portos para o tráfego cipriota. A União Européia deve publicar um relatório sobre os avanços no processo turco no dia 8 de novembro, e Ancara espera que a realização das reformas garanta um tom mais positivo para o documento. Diplomatas dizem, porém, que pode já ser tarde demais para isso.

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