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Grã-Bretanha minimiza suposta insatisfação da Alemanha sobre política de imigração

Por ANDREW OSBORN
Atualização:

O ministro das Finanças britânico, George Osborne, minimizou nesta segunda-feira relatos de que a chanceler alemã, Angela Merkel, abandonaria suas tentativas de manter a Grã-Bretanha dentro da União Europeia caso Londres prossiga com planos para conter a imigração de outros Estados da UE.  “Eu acho que esse relato é muito fraco”, disse George Osborne sobre a reportagem da revista Der Spiegel, dizendo que os contatos da Grã-Bretanha com o governo alemão mostram que Berlim compreendia a inquietação pública britânica sobre imigrantes desempregados da UE que reivindicavam benefícios sociais. “O povo britânico quer que isso seja tratado. Vamos fazer isso de uma maneira calma e racional”, disse Osborne à emissora de TV BBC, referindo-se à promessa do primeiro-ministro, David Cameron, de estabelecer novas ideias sobre como lidar com a questão antes do fim do ano. Sob a crescente pressão do partido anti-UE Ukip antes das eleições nacionais de maio de 2015, e de muitos de seus próprios parlamentares, Cameron disse que gostaria de tentar conter a imigração da UE caso reeleito -- uma medida a qual, segundo a União Europeia, infringiria o direito de livre movimentação acordado pelo bloco europeu. A revista semanal alemã Der Spiegel publicou no domingo que Merkel havia alertado Cameron de que tal política seria um “ponto sem volta” que poderia aumentar gravemente o risco de a Grã-Bretanha deixar a UE.  Caso reeleito, Cameron prometeu renegociar os laços da Grã-Bretanha com a UE antes de realizar um referendo, em 2017, sobre a participação britânica no bloco de países, em meio ao desânimo do público com o fracasso do governo em conter a imigração por conta dessa filiação à União Europeia.  Um porta-voz de Merkel disse nesta segunda-feira que a Alemanha quer que a Grã-Bretanha permaneça “ativa e engajada” na UE, mas não cederá aos planos de Cameron contra a imigração de outros países do bloco. Cameron ainda não divulgou seus planos, mas deixou claro que quer encontrar uma maneira de respeitar as regras da UE, que garantem liberdade de movimento para trabalho, ao passo que combateria o que ele chama de “liberdade para reivindicar benefícios”.  A Alemanha expressou simpatia com tal posição no passado, e o porta-voz de Merkel disse haver um “forte interesse” em cooperar com a Grã-Bretanha para lidar com qualquer abuso do regime de livre movimentação.  (Reportagem adicional de William Schomberg, em Londres; e Stephen Brown e Alexandra Hudson, em Berlim)

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