
17 de outubro de 2009 | 06h33
Um grupo de analistas denunciou que nas eleições à Duma (assembleia legislativa) da cidade de Moscou realizadas no último dia 11 houve fraude maciça para favorecer à formação governista Rússia Unida, informou neste sábado a rádio "Eco de Moscou".
De acordo com um estudo matemático realizado por um grupo de analistas sob a direção do cientista Serguei Shpilkin, o partido do primeiro-ministro Vladimir Putin teria obtido 46%, e não 66% dos votos que assinalam os resultados oficiais. A conclusão de fraude se baseia em que a dependência entre a votação obtida pelas formações políticas em relação à participação cidadã é igual para todos os partidos, com exceção à Rússia Unida.
Os matemáticos analisaram os resultados da apuração nos colégios eleitorais onde a participação foi "anormalmente alta" em determinadas horas da jornada e em todos eles, a votação da Rússia Unida crescia de maneira desproporcional em comparação com a tendência geral. Segundo o estudo, a participação cidadã no pleito foi de 22% e não de 35% como anunciaram as autoridades eleitorais.
À Duma de Moscou acederam só Rússia Unida (66%) e o Partido Comunista (13%), as únicas formações que, de acordo com os números oficiais, conseguiram superar o mínimo legal de 7% . Os matemáticos dirigidos por Shpilkin asseguram que segundo suas projeções também teriam conseguido cadeiras em assembleia legislativa moscovita o ultranacionalista Partido Liberal Democrático (cerca de 10%), Rússia Justa (8%) e o liberal Yabloko (7,5%).
As conclusões dos analistas se somam as denúncias das formações opositoras e que se referem não só ao pleito de Moscou, mas também às eleições locais e regionais que no último dia 11 se realizaram em outras 75 das 83 entidades da Federação Russa.
Em Moscou, no colégio eleitoral no qual votaram o líder de Yabloko, Serguei Mitrokhin, e membros de sua família, a formação liberal não obteve nenhum voto, segundo o ata oficial da apuração.
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