
10 de setembro de 2008 | 08h32
Um julgamento em Haia absolveu nesta quarta-feira, 10, a Holanda de responsabilidade no genocídio que ocorreu na cidade bósnia de Srebrenica em 1995, segundo fontes judiciais. Os juízes consideraram que o país não tem de indenizar os familiares das vítimas que apresentaram o processo, porque os militares holandeses estavam na cidade a serviço das Nações Unidas. Veja também: O massacre de Srebrenica Cronologia dos conflitos nos Bálcãs Entenda os conflitos na região No momento do massacre, o enclave bósnio estava custodiado por "capacetes azuis" holandeses da ONU, que tinham como missão proteger a cidade de possíveis ataques servo-bósnios. O processo foi apresentado pelo intérprete da ONU Hassan Nuhanovic, que perdeu os pais e um irmão no massacre, e pela viúva do muçulmano Rizo Mustafic, que também morreu em Srebrenica. Os familiares destas vítimas de Srebrenica alegaram durante o julgamento que os soldados holandeses falharam em seu objetivo de proteger os muçulmanos que se encontravam no enclave bósnio em julho de 1995. Por isso, reivindicavam ao Estado holandês uma indenização, que teria de ser determinada no tribunal. Como os juízes consideraram que os "capacetes azuis" operavam sob a responsabilidade das Nações Unidas, os familiares não têm como receber na Holanda uma indenização, já que o mesmo tribunal estabeleceu em outro caso que a ONU contava com imunidade no genocídio de Srebrenica. No verão de 1995, dois anos depois de ser classificada pelas Nações Unidas como uma área segura, a cidade bósnia de Srebrenica presenciou o pior episódio da Guerra da Bósnia. As forças do líder servo-bósnio Radovan Karadzic atacaram o enclave na fase final da Guerra da Bósnia, matando 8 mil muçulmanos bósnios, considerada a maior atrocidade na Europa desde a 2ª Guerra.
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