Implantes de silicone franceses são 'falhos', diz advogado

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Por JEAN-FRANÇOIS ROSNOBLET
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A empresa francesa no centro de um escândalo global envolvendo implantes mamários reconhece que seus produtos são defeituosos, mas argumenta que outras firmas do setor também tiveram problemas, disse o advogado da companhia na sexta-feira. "Os implantes tinham falhas, mas os implantes PIP (Poly Implant Prothese SA) não são os únicos no mercado que apresentaram problemas", afirmou à Reuters o advogado Yves Haddad. A empresa pequena, que fechou suas portas em 2010 após uma determinação de que seus implantes fossem retirados do mercado, ficou sob os holofotes depois de o governo francês recomendar às dezenas de milhares de mulheres na França com implantes PIP a remoção deles por cirurgia como medida de precaução. Observou-se que os implantes apresentavam taxas anormais de ruptura, embora o governo francês e autoridades de saúde pública tenham dito na sexta-feira que não há evidência de risco aumentado para câncer com os implantes PIP em comparação com outras marcas. A ansiedade aumentou com as notícias na França de oito casos de câncer em mulheres com implantes da PIP, que é acusada de usar silicone de grau industrial em seus produtos. O diretor executivo e fundador da empresa, Jean-Claude Mas, de 72 anos, não comenta publicamente o caso, afirmou Haddad. "A companhia decidiu manter silêncio total sobre o assunto", afirmou Haddad. "O silêncio vem de uma obrigação por decoro e discrição, dado que há pessoas sofrendo com suas dores ou suas preocupações com relação ao futuro." Ele disse que Mas não deixou o país e ainda vive no sul da França. A PIP, que já foi a terceira maior produtora mundial do setor, vendeu cerca de 300 mil implantes em todo mundo antes de ser fechada. Os implantes são usados em cirurgia cosmética para aumentar o tamanho das mamas ou substituir o tecido mamário pós-mastectomia. Embora a agência de saúde da França tenha recomendado na sexta-feira que as mulheres com implantes PIP os retirem, a Grã-Bretanha anunciou que não seguirá a recomendação francesa, citando falta de evidência que os relacionem ao câncer.

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