Impopular, Hollande diz que deixa França melhor do que pegou

Ex-presidente deixou o Palácio do Eliseu após reunião com seu sucessor, Emmanuel Macron, e se dirigiu à sede do Partido Socialista (PS), que vive grave crise

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Por Andrei Netto , Correspondente e Paris
Atualização:

PARIS, FRANÇA - O ex-presidente da França, François Hollande, deixou o Palácio do Eliseu nesse domingo, 14, e rumou diretamente à sede do Partido Socialista (PS), onde discursou a militantes e líderes políticos. Em meio à grave crise na legenda, que ameaça sua sobrevivência, o ex-chefe de Estado afirmou que deixa o comando do país em melhores condições, mesmo tendo enfrentado a onda de atentados e os efeitos da crise política.

"Eu deixo a França em um estado bem melhor do que aquele em que a encontrei", argumentou, em referência indireta ao seu predecessor, Nicolas Sarkozy, do partido Republicanos (conservador), que governou entre 2007 e 2012.

François Hollande fez um balanço de seu mandato ao passar o cargo para Emmanuel Macron. Foto: AFP PHOTO/Xavier Leoty

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Repetindo o gesto de François Mitterrand, que também deixou o poder e rumou para a sede do partido, na Rua de Solférino, no centro de Paris, Hollande disse querer reencontrar lembranças e rostos. "Sem vocês, sem o movimento que vocês portam, sem a força que vocês encarna, eu não teria jamais presidido a França", afirmou.

Ao deixar o governo, Hollande encontrou o Partido Socialista (PS) no pior momento de sua história. Durante cinco anos de gestão, parte da bancada na Assembleia Nacional se rebelou contra o próprio governo, considerado pelos deputados mais à esquerda como liberal demais. O resultado das divisões internas pôde ser visto nas urnas. No primeiro turno, o candidato do partido, Benoit Hamon, que foi um dos maiores opositores de Hollande  dentro da legenda, fez apenas 6% dos votos – o pior escore dos socialistas desde sua fundação.

O PS tem como missão mais urgente agora reunir suas tropas para enfrentar as eleições legislativas, em 11 e 18 de junho. Os primeiros prognósticos de institutos de pesquisas, entretanto, indicam um novo fracasso histórico nas urnas.

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