Incêndio que ameaça Atenas está a 15 quilômetros do centro

Perigo e voracidade do fogo levam governo a pedir a ajuda internacional; França e Itália enviam aviões-tanque

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Por EFE
Atualização:

O incêndio que começou sexta-feira a nordeste da capital grega continua fora de controle e já está a apenas 15 quilômetros do centro urbano de Atenas, praticamente às portas da cidade. "O fogo se encontra a 200 metros da entrada da cidade", declarou um morador da comunidade de Palini à imprensa local.

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A frente do incêndio, com um perímetro de 80 quilômetros, avançou durante a noite queimando áreas de florestas e casas, o que obrigou à evacuação de hospitais e acampamentos de crianças em diversas comunidades como medida de precaução.

Nas horas passadas se viveram momentos dramáticos frente a voracidade do fogo, atiçado pelos ventos e pelo calor, que levaram o Governo de Atenas a pedir a ajuda internacional.  Itália e França enviaram neste domingo, 23, quatro aviões-tanque, enquanto Chipre forneceu um helicóptero para contribuir para apagar as chamas de até 20 metros de altura que queimam sem parar o monte Pendelis, considerado o pulmão verde de Atenas.

"Estamos aqui sozinhos e as chamas estão se aproximando", gritava por telefone com um canal e televisão uma moradora da comunidade de Pikermi. "Nós vamos queimar vivos", assegurava desesperado outro morador da localidade de Maratona, acrescentando que ficariam para proteger suas casas, mandando as crianças para um lugar seguro.

No terceiro dia de incêndios com ventos de 60 km /h, os bombeiros e o Exército estão concentrados em combater o fogo que queima casas na comunidade de Anthusa e de Palini, a 15 quilômetros do centro da capital.

Mais de 500 bombeiros e 300 soldados, com uma centena de veículos, dez aviões e oito helicópteros-tanque se encontram desdobrados, mas não são suficientes para conter o fogo. "A situação está fora de controle e casas foram queimadas", declarou aos canais o presidente da comunidade de Anthousa, Triantafilos Kuchikuris.

O prefeito de Maratona, Spiros Zagaris, disse ao canal "Skai", que a situação é trágica. "Estão queimando casas em Kato Suli e não temos nenhum veículo-tanque".

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Durante a noite, as comunidades expostas às chamas foram desalojadas e as autoridades iam de porta em porta pedindo aos moradores para abandonar o local pelo perigo de morrer carbonizados.

A capital grega está coberta de cinzas e podem ser avistadas colunas de fumaça preta causadas pelas chamas.

A justiça ordenou uma investigação para estabelecer a origem dos incêndios e suas circunstâncias, visto que a maioria das autoridades locais denunciou aos meios de imprensa que se trata de "ações propositais" guiadas pelo propósito de edificar nas áreas arrasadas.

Os arredores de Atenas voltam a viver momentos que lembram os sofridos no verão de 2007, quando se queimaram os montes das proximidades da capital, considerados os pulmões da cidade.

Esse ano um total de 250 mil hectares foram calcinados na Grécia, por causa dos incêndios devastadores que em agosto afetaram o sudeste da Grécia e a ilha de Eubea, queimando em apenas dez dias 180 mil hectares e causando a morte de 65 pessoas.

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