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Incêndio revela desmatamento dos 'pulmões' de Atenas

Por DINA KYRIAKIDOU
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No meio das enormes áreas florestais reduzidas a cinzas na periferia de Atenas após três dias de incêndio, apareceram de repente vilas luxuosas. "Toda vez que há um incêndio, nós descobrimos novas comunidades que nunca soubemos que existiam", disse à Reuters o diretor do Greenpeace na Grécia, Nikos Haralambides. "Temos um Estado que simplesmente continua a legalizar um desenvolvimento não autorizado". Um promotor público ordenou uma investigação sobre a possível origem intencional do incêndio que destruiu cerca de 150 casas e milhares de hectares de madeira e áreas rurais. Embora as florestas do Mediterrâneo normalmente peguem fogo com o clima seco e quente, os gregos têm visto a capital de seu país crescer dramaticamente em direção aos vales e montanhas ao redor, e estão convencidos de que há construtores por trás de muitos dos incêndios. "Está na hora de pôr fim a esse fenômeno doentio e perigoso", afirmou o diário conservador Kathimerini em seu editorial. "A construção não pode mais ser permitida nos pulmões da cidade, já bastante afetados". Um plano recente para o desenvolvimento da cidade pretende transformar cerca de 25 mil hectares de áreas rurais e florestais em zonas urbanas. A construção é um dos setores mais responsáveis pela desaceleração econômica da Grécia, e medidas para aumentar a atividade no setor trariam ganhos políticos ao governo conservador diante das eleições de março.

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