'Inimigo é a ETA, não a Venezuela', diz chanceler da Espanha

Moratinos reitera que Caracas colabora com investigações sobre ligação entre a ETA e as Farc

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MADRI - O ministro de Assuntos Exteriores da Espanha, Miguel Angel Moratinos, reprovou o Partido Popular (PP), da oposição, por questionar a colaboração judicial e policial do governo de Hugo Chávez, presidente da Venezuela na luta contra o terrorismo. O chanceler lembrou que "o inimigo não é a Venezuela, e sim o grupo separatista basco ETA".

 

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Moratinos elogiou a cooperação de Caracas contra a ETA durante a sessão de controle no Congresso, em resposta ao PP, principal força da oposição. O ministro pediu que o partido apoie o governo nesse assunto, por se tratar de uma política de Estado.

 

O chanceler também assegurou que as autoridades venezuelanas estão trabalhando com a Polícia espanhola desde que um juiz denunciou vínculos do governo de Caracas com uma possível aliança entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e a ETA.

 

"O que queremos é derrotar a ETA. O inimigo não é a Venezuela, é a ETA, e o governo espanhol está disposto a trabalhar com todos os países para derrotá-la. Conseguiremos isso com esforços diplomáticos e policiais", disse Moratinos. Como mostra da boa disposição de Caracas, o chefe da diplomacia espanhola informou sobre a visita do vice-ministro de Exteriores da Venezuela, Temir Porras, à Europa para colaborar com a Polícia.

 

O PP respondeu aos pedidos de "respeito e compromisso" de Moratinos dizendo que a única lição que o governo espanhol pode dar são de "incompetência, arrogância, ineficácia, improviso e deriva". Segundo os representantes do partido, existe uma "crescente evidência" de que o governo venezuelano coopera com as Farc e com a ETA.

 

Há algumas semanas, as polícias europeias detiveram vários supostos membros do grupo separatista. Um deles portava uma passagem para a Venezuela. A prisão desse basco ocorreu poucos dias depois de as denúncias surgirem a partir do governo espanhol.

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