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'Insulto' provoca fúria eleitoral na França

Atualização:

A disputa eleitoral francesa se transformou em uma troca de difamações nesta quarta-feira, depois de um jornal publicar que o candidato socialista François Hollande chamou o presidente Nicolas Sarkozy de "um cara sujo". Aliados indignados de Sarkozy aproveitaram o termo publicado no jornal Le Parisien para condenar o favorito da esquerda nas pesquisas presidenciais e exigir desculpas públicas dele antes mesmo de se poder confirmar ou esclarecer os comentários atribuídos a Hollande. Dominique Dord, tesoureiro do partido UMP, de Sarkozy, descreveu o comentário como "revoltante" e disse em mensagem de texto à Reuters que Hollande deveria deixar a disputa presidencial, a menos de quatro meses da eleição. "Estamos todos profundamente chocados", disse o líder do partido UMP, Jean-François Cope. "Essa não é a postura esperada de um candidato presidencial", disse a ministra do governo Nadine Morado, uma dos vários membros do UMP a atacar o suposto comentário. "Eu exijo uma desculpa pública." O furor foi provocado por uma citação truncada em um artigo no Parisien, onde o autor descrevia uma conversa durante um almoço com Hollande em que ele teria descrito Sarkozy como um "presidente fracassado" e um "sale mec", que pode ser traduzido como "um cara sujo" ou "um tipo indecente". Autoridades do Partido Socialista disseram à Reuters que seu candidato presidencial não insultou o presidente diretamente durante o almoço com a imprensa e que suas palavras foram tiradas do contexto. "As declarações não foram feitas daquela maneira, nem naquele sentido", disse a porta-voz Najat Vallaud-Belkacem à BFM TV, um canal de notícias. A escaramuça pré-eleitoral é reminiscente de uma briga eleitoral anterior, em 2002, quando o candidato socialista Lionel Jospin descreveu o rival Jacques Chirac como "velho e gasto". Aquele ataque pessoal pode ter prejudicado Jospin, que foi derrotado na disputa presidencial em um choque nas urnas que impulsionou o líder da Frente Nacional, de extrema direita, Jean-Marie Le Pen, para disputar um segundo turno com Chirac. (Reportagem de Brian Love, Emmanuel Jarry e Patrick Vignal)

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