Os eleitores irlandeses aprovaram o Tratado de Lisboa, que reforma a Constituição Europeia e institui novos mecanismos de defesa e relações exteriores, divulgaram autoridades do país neste sábado, 3. O resultado remove um obstáculo para as ambições do bloco em ampliar sua influência global.
A aprovação irlandesa, uma ano após ter rejeitado o tratado, colocará mais pressão sobre a Polônia e a República Checa para que respaldem a reforma, planejada para facilitar o processo decisório na União Europeia, que já tem 27 Estados membros.
"Estou encantado pelo país. Parece que desta vez há uma vitória convincente do 'sim'", disse o ministro das Relações Exteriores, Michael Martin.
O líder do grupo Libertas, que é contra o tratado de Lisboa, também reconheceu que os eleitores o haviam aprovado. "Está é uma vitória bastante convincente", Declan Ganley disse aos repórteres no principal centro de apuração de Dublin. "Claro que estou desapontado, eu acho que nós cometemos um erro".
A votação acompanhou avisos de celebridades, políticos e líderes econômicos de que um segundo "não" arruinaria a reputação irlandesa em um momento que o país luta contra a recessão.
Muitos eleitores decidiram aprovar o tratado desta vez por causa da crise econômica, durante a qual a ajuda da União Europeia ajudou a minimizar os impactos na Irlanda.
O tratado cria dois novos cargos - um presidente de longo prazo do Conselho Europeu de líderes e um responsável por política externa.
O objetivo é aumentar a influência do bloco que representa 495 milhões de pessoas em um momento que o equilíbrio de poder mundial está se alterando, dando mais influência à China e a outros países emergentes.