Itália aprova reforma trabalhista antes de cúpula da UE

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Por CATHERINE HORNBY
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O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, conquistou uma suada vitória para a sua reforma trabalhista nesta quarta-feira, reforçando a sua situação para a cúpula da União Europeia onde pedirá mais políticas de crescimento e um mecanismo para conter os custos de empréstimo. A Câmara dos Deputados aprovou a lei após uma votação esmagadora para o governo em quatro moções de confiança convocadas para acelerar a sua aprovação antes das negociações de quinta-feira, em Bruxelas, sobre o futuro do euro. Prometida quando assumiu o governo em novembro, a lei pretende flexibilizar as restrições de demissões, ampliar o auxílio-desemprego a partir de 2017 e desencorajar o uso de contratos temporários. A reforma foi oficialmente enviada ao Parlamento há três meses, após semanas de negociações com sindicados e empregadores, mas rapidamente encalhou quando partidos políticos buscaram modificá-la. O resultado é uma reforma menos abrangente que os sindicatos criticaram, temendo um aumento nas demissões, e que os patrões dizem que aumentará os custos trabalhistas. Economistas, por sua vez, consideram a reforma tímida para um mercado de trabalho que precisa de uma grande reformulação. Manifestantes se juntaram no lado de fora do Parlamento nesta quarta-feira exibindo bandeiras e faixas contra a reforma. Sindicatos já fizeram greves e protestos contra as mudanças propostas. A ministra do Trabalho, Elsa Fornero, a principal proponente da reforma, defendeu as mudanças nesta quarta-feira em entrevista ao jornal Wall Street Journal. "Estamos tentando proteger as pessoas, não o trabalho delas", afirmou. "As atitudes das pessoas têm de mudar. O trabalho não é um direito, tem de ser conquistado, incluindo por meio de sacrifício." (Reportagem de Catherine Hornby e Steve Scherer)

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