22 de julho de 2010 | 06h12
ROMA - A Guarda de Finanza (Polícia financeira italiana) desmantelou nesta quinta-feira, 22, uma organização ligada à Camorra, a máfia napolitana, que tentava participar das obras de reconstrução da região central dos Abruzos após o terremoto de 6 de abril de 2009.
A operação policial terminou com a detenção de seis pessoas, que os investigadores asseguram fazer parte do "braço econômico" dos Casaleses, a mais poderosa "família" camorrista.
Também foram confiscados 21 empresas e 118 imóveis, que somam um valor próximo a 100 milhões de euros, segundo um comunicado da Guarda de Finanza.
As investigações permitiram conhecer como a Camorra organizava a criação de empresas com sede em L'Aquila, a capital dos Abruzos, para que participassem das obras para a reconstrução das cidades devastadas pelo terremoto.
Uma destas empresas, uma fábrica de cimento, já tinha conseguido participar da reconstrução através de uma terceirização, segundo a imprensa local.
O escritor italiano Roberto Saviano, autor do sucesso internacional de vendas "Gomorra", já tinha advertido em abril, em artigo publicado no jornal, La Repubblica para o risco de as organizações mafiosas se apoderassem das obras de reconstrução nos Abruzos.
Saviano tinha explicado que nestes "tempos de crise" para o crime organizado, a Camorra napolitana tentaria utilizar suas conexões nos Abruzos para entrar no proveitoso negócio da reconstrução.
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