21 de janeiro de 2014 | 18h15
A medida, parte de um acordo internacional para erradicar os estoques de agentes químicos do presidente sírio, Bashar al-Assad, recebeu forte oposição de políticos locais e protestos de moradores preocupados com os riscos ambientais e à saúde.
Alguns dos produtos químicos mais perigosos da Síria - incluindo componentes para a produção de sarin e do agente nervoso VX, conhecidos como produtos químicos prioridade A - deverão ser transferidos no porto de Gioia Tauro, no sul da Itália, no mês que vem, de um navio dinamarquês para uma embarcação norte-americana, que está equipada para destruí-los no mar.
O governo disse que o porto movimenta rotineiramente milhares de toneladas de produtos químicos tóxicos por ano e que a operação não representa qualquer ameaça adicional para a segurança.
Ministros do governo se reuniram com prefeitos de cidades vizinhas e autoridades portuárias nesta terça-feira para tranquilizá-los e disseram que livretos de informação seriam distribuídos para os moradores locais "para evitar qualquer alarmismo injustificado".
A Itália afirmou que o nível de toxicidade dos materiais a serem transferidos é de 6,1, uma categoria processada pelo porto. O governo disse que 60 contêineres de armas e materiais da Síria pesando 560 toneladas serão transferidos em uma operação que levará entre 10 e 24 horas.
Em comparação, quase 30.000 toneladas de material da mesma toxicidade foram transferidas de um navio para outro em Gioia Tauro em operações semelhantes em 2013, disse o governo.
A Síria perdeu o prazo de 31 de dezembro para o transporte das substâncias mais tóxicas a um porto e, até agora, carregou apenas cerca de 5 por cento dos produtos químicos numa embarcação dinamarquesa, disse um diplomata ocidental na semana passada.
Mas a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), que supervisiona a operação, afirmou que continua confiante de que o prazo final, em 30 de junho de 2014, para a destruição de todo o arsenal de armas químicas da Síria será cumprido.
O acordo internacional foi alcançado depois que um ataque com gás sarin matou centenas de pessoas no subúrbio de Damasco em 21 de agosto, o que fez com que os Estados Unidos ameaçassem atacar Assad.
(Reportagem de Naomi O'Leary)
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