
22 de dezembro de 2013 | 12h51
Khodorkovsky, que viajou para Berlim depois de ser solto de uma prisão perto do Círculo Polar Ártico, disse que não havia precondições associadas à libertação, e que ele não fez nenhuma declaração de culpa ao pedir o indulto a Putin.
"Não tenho intenção de me envolver com a política e não pretendo lutar pela devolução dos ativos," disse Khodorkovsky à revista russa The New Times em uma entrevista filmada, que teve trechos publicados na Internet. Ele afirmou que disse isso a Putin na carta enviada com seu pedido de indulto.
Khodorkovsky, que já foi o homem mais rico da Rússia, estava preso desde 2003 condenado pelos crimes de fraude e evasão de impostos. Críticos do Kremlin dizem que a condenação foi politicamente motivada como punição por desafiar Putin. Ele financiou partidos de oposição, questionou decisões do governo sobre a política de oleodutos, levantou acusações de corrupção e se mostrou um executivo instruído pós-soviético, de estilo ocidental.
A Yukos foi dividida e vendida depois da prisão de Khodorkovsky. Seu principal ativo de produção acabou nas mãos da empresa estatal Rosneft, que agora é a maior produtora da Rússia e é dirigida por um aliado próximo de Putin, Igor Sechin.
Khodorkovsky, cuja mãe está doente e que disse que pediu o perdão por razões familiares, disse que vai voltar para a Rússia apenas se tiver certeza que poderá sair a qualquer hora.
"Devido à minha situação familiar, essa é a principal condição," disse Khodorkovsky, que parecia confiante e sereno. Ele disse no mês passado, que sua mãe, Marina, de 79 anos, está lutando contra o câncer.
O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, indicou que não havia acordo secreto e que Khodorkovsky, está livre para voltar para a Rússia.
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