22 de julho de 2010 | 15h20
Homem agita bandeiras de Kosovo (azul) e da Albânia (vermelha).
PRISTINA - O governo de Kosovo e centenas de cidadãos celebraram nesta quinta-feira a decisão pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) que considera que a independência da ex-província sérvia "não violou o direito internacional".
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"É um dia bendito para a República do Kosovo e todos seus cidadãos", disse em Pristina o presidente kosovar, Fatmir Sejdiu. Dezenas de carros buzinaram no centro da capital da nação e muitos cidadãos foram às ruas levando bandeiras de Kosovo e da Albânia.
"O povo e as instituições do Kosovo dão as boas vindas e avaliam bem a sábia opinião do CIJ. É uma opinião explícita em favor da declaração da independência", acrescentou Sejdiu. O presidente kosovar pediu a seu colega sérvio, Boris Tadic, "que mude sua atitude rumo ao Kosovo".
Por sua vez, o primeiro-ministro kosovar, Hashem Thaçi, disse a emissora pública RTK que "este foi outro dia histórico para o Kosovo". "A opinião do CIJ é uma mensagem para todo o mundo de que no dia 17 de fevereiro tomamos a decisão correta", acrescentou. "É uma grande vitória, não só para o Kosovo, mas para toda a região dos Bálcãs", concluiu o ex-líder guerrilheiro.
Em comunicado, o ministro de Exteriores kosovar, Skender Hyseni, expressou a esperança de que o pequeno e empobrecido país balcânico receba mais reconhecimento como estado independente. "Pedimos aos estados que atrasaram o reconhecimento de Kosovo que avancem rumo ao reconhecimento. Não há nada na sentença da Corte que coloque dúvidas sobre o direito de Kosovo de ser um Estado", acrescentou Hyseni.
O ministro kosovar assegurou que a independência do Kosovo beneficia os Bálcãs Ocidentais e reiterou que o futuro de seu país e da Sérvia está na União Europeia e na Otan. Hyseni ainda reiterou a disposição do Kosovo de discutir com a Sérvia assuntos práticos de interesse mútuo e acrescentou que "qualquer debate com a Sérvia deve ser realizado em condição de igualdade".
Até agora Kosovo foi reconhecido por 69 países, 22 deles membros da União Europeia, assim como os EUA, entre as principais potências ocidentais. A Espanha, Rússia, Brasil e Índia se negam a reconhecer a soberania do Kosovo, declarada de forma unilateral contra a opinião da Sérvia.
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