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Liberal-democratas seguirão avaliando propostas de trabalhistas e 'tories'

Partidos buscam os votos dos deputados 'lib-dems' para formar uma maioria parlamentar suficiente

Por Efe
Atualização:

Negociações entre Clegg e partidos de Brown e Cameron podem durar dias

 

O Partido Liberal Democrata continuará nesta terça-feira, 11, estudando as ofertas que recebeu do Partido Trabalhista e do Partido Conservador para a formação de um novo governo após as eleições.

 

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Ao término de uma reunião de duas horas dos liberal-democratas no Palácio de Westminster, um porta-voz do partido liderado por Nick Clegg afirmou que "as negociações serão retomadas mais tarde durante a terça" e que "haverá uma nova reunião do grupo parlamentar durante o dia".

 

David Laws, membro da equipe negociadora liberal-democrata, explicou que o grupo foi informado por Clegg do andamento dos contatos que ele mantém com trabalhistas e "tories". Ambos buscam os votos dos deputados liberal-democratas para formar uma maioria parlamentar suficiente que os permita governar.

 

"O grupo parlamentar aprovou a estratégia apoiada por Nick Clegg e esteve de acordo em que as negociações devem terminar com rapidez para facilitar um governo estável e duradouro", acrescentou o porta-voz.

 

A estabilidade econômica, um plano confiável de redução fiscal e a reforma política, exigência central dos liberal-democratas durante a campanha eleitoral, "têm de estar no centro de qualquer acordo que se feche", concluiu Laws.

 

A decisão dos "lib-dems" de abrir uma nova frente de negociação com os trabalhistas do primeiro-ministro Gordon Brown provavelmente prolongará em alguns dias mais o processo para a formação de um novo Executivo, depois das eleições de 6 de maio, que produziram um Parlamento sem maioria pela primeira vez desde 1974.

 

A falta de frequência desta situação parlamentar causa incerteza e ansiedade na política, economia e no jornalismo do Reino Unido, que urgiram nas últimas horas o partido de Clegg tomar uma decisão, sobretudo para tranquilizar os mercados.

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Liberal-democratas e conservadores mantêm contatos desde sexta em busca de um acordo, mas o inesperado anúncio de Brown nesta segunda de que renunciará como líder do Trabalhismo para facilitar um acordo com o partido de Clegg mudou totalmente a situação.

 

Brown fez uma declaração oficial no 10 de Downing Street para anunciar sua renúncia como líder do Partido Trabalhista e oferecer aos "lib-dems" um "governo progressista" que coloque em marcha a reforma eleitoral almejada pelo partido de Clegg.

 

A decisão de Brown desencadeou o início imediato na noite desta segunda de "negociações formais" entre delegações do Partido Trabalhista e do Partido Liberal Democrata para encontrarem pontos em comum que os permitam uma possível formação de um novo governo.

 

A delegação trabalhista é presidida pelo ministro de Empresas, Peter Mandelson, e integrada pelo número dois do Trabalhismo, Harriet Harman, e os ministros de Transporte, Andrew Adonis, de Escolas, Ed Bals, e Energia, Ed Miliband.

 

Os contatos com o partido de Clegg tiveram a aprovação do governo, que se reuniu em caráter urgente depois de Brown ter surpreendentemente anunciado sua decisão de abrir mão da sucessão no trabalhismo.

 

O gabinete também acordou que o Comitê Nacional Executivo do Partido Trabalhista será consultado e que nenhum de seus membros se postulará como sucessor de Brown a frente do partido enquanto não tenha sido solucionado o problema da formação do novo governo.

 

O processo de negociação com os liberal-democratas pode se prolongar por dias, posto que o grupo parlamentar trabalhista também convocou uma reunião para avaliar esses contatos, que são feitos paralelamente aos que os "libs-dems" ainda mantêm com os conservadores.

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O responsável da pasta de Exteriores do Partido Conservador e membro da comissão negociadora, William Hague, confirmou que o líder "tory", David Cameron, e Clegg voltaram a se falar nesta segunda por telefone durante 25 minutos, depois que os conservadores responderam com uma nova oferta ao anúncio da renúncia de Brown.

 

Hague garantiu que Clegg não disse nada "definitivo" na conversa, e o que ficou claro é que os liberal-democratas "querem participar em uma coalizão com um partido ou com o outro".

 

Os conservadores agiram rápido para tentarem evitar que os trabalhistas tomassem a iniciativa com uma oferta que será difícil de ser rechaçada pelos liberal-democratas: um acordo do governo, sem Brown à frente, com a almejada reforma eleitoral para que o Reino Unido tenha um sistema proporcional.

 

A resposta "tory" foi "fazer um esforço extra", nas palavras de Hague, e se comprometer a convocar um referendo sobre a reforma eleitoral no marco de um "governo de coalizão", no qual os liberaL-democratas teriam chances de serem ministros em Downing Street.

 

Em meio a incerteza gerada pelo primeiro Parlamento britânico sem uma maioria absoluta, Hague disse que os "liberal-democratas têm de tomar uma decisão urgente" sobre quem irão apoiar.

 

As cadeiras conquistadas pelos trabalhistas e pelos "lib-dems" somam 315 (258 do primeiro e 57 do segundo partido), o que os deixam a 11 deputados da maioria absoluta. Assim, eles precisariam dos nacionalistas escoceses, gauleses e norte-irlandeses.

 

Os "tories" conseguiram 306 deputados; assim, uma coalizão com os liberal-democratas os situariam 37 cadeiras acima da maioria absoluta que garantiria uma governo estável.

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