Emmanuel Macron, de 39 anos, tornou-se neste domingo, 14, o mais jovem líder da França desde Napoleão e o primeiro nascido após 1958, quando Charles de Gaulle fundou a Quinta República. Em cerimônia realizada no Palácio do Eliseu, o novo chefe de Estado prometeu um país forte, reafirmou seu compromisso com a União Europeia e com a liberalização da economia francesa.
Antes do discurso, Macron foi recebido por seu predecessor, François Hollande, com quem se reuniu por mais de uma hora – momento em que os dois líderes trocam informações sobre os códigos nucleares. Em seguida, Hollande deixou o Palácio do Eliseu e Macron recebeu as insígnias da Grande Cruz da Legião de Honra.
Depois, ele falou para políticos, personalidades e familiares. Durante discurso, Macron adotou um tom otimista. “A potência da França não está em declínio. Nós temos entre nossas mãos as virtudes de uma potência do século 21. Tudo o que atrapalha a potência da França será liberado”, afirmou, dando uma dica sobre seu plano de governo.
Macron reafirmou a disposição de “liberar” a economia do país, reformando o mercado de trabalho e a previdência, ao mesmo tempo em que prometeu proteger aqueles que se sentem “esquecidos” pela globalização.
“A igualdade frente aos acidentes da vida será amplificada. Tudo o que fez da França um país seguro, onde nós podemos viver sem medo, será reforçado. O secularismo republicano será defendido. A Europa, da qual nós precisamos, será refundada, relançada, porque ela nos protege.”
Segundo Macron, o mundo e a Europa precisam hoje mais do que nunca da França. “Eles precisam de uma França forte, que saiba inventar o futuro. O mundo precisa daquilo que os franceses e francesas sempre lhes ensinaram: a audácia e a liberdade.”
União nacional. O novo presidente francês prometeu ainda “cuidar da renovação política”, “nunca deixar de ouvir os cidadãos” e “agir de forma justa e eficaz” na defesa da população. “É tempo de a França se lançar à altura do momento. O mundo espera que sejamos fortes e clarividentes. Nós assumiremos nossas responsabilidades para responder aos desafios do mundo”, afirmou. “A França estará sempre ao lado da liberdade, dos direitos humanos, para construir a paz em longo prazo.”
Ao final de seu discurso, Macron enviou uma mensagem explícita aos eleitores de outros partidos, que não votaram nele. “Nestes instantes em que tudo pode acontecer, o povo francês sempre soube encontrar o espírito da concórdia. É para esta missão, humildemente, que eu servirei ao nosso povo. Eu sei que poderei contar com nossos concidadãos.”
Após a solenidade, Macron seguiu o protocolo, primeiro passando em revista às tropas e ouvindo a Marselhesa, o hino nacional, depois acenando ao público em carro militar aberto ao longo da Avenida de Champs-Elysées.
A cerimônia se encerrou com uma homenagem ao Soldado Desconhecido, sob o Arco do Triunfo, o que confirma uma passagem de poder sob o signo militar, um sinal de que a segurança e o combate ao terrorismo estarão em primeiro plano em seu governo.
Alemanha. A agenda oficial do novo presidente francês começa na segunda-feira, com dois eventos importantes. O primeiro será a nomeação do primeiro-ministro – Edouard Philippe, membro do partido Republicanos, é o favorito para o cargo.
A seguir, como é praxe entre os dois países, Macron viajará para Berlim, onde se encontrará com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, principal parceira da França. O encontro estava previsto para este domingo, mas acabou adiado para a segunda.