Presidente da Ucrânia diz a Macron que não vai 'responder a provocações' de Putin

Presidente francês reforçou esforço diplomático para tentar evitar a escalada de tensão, e conversou por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, e o líder ucraniano, Volodmir Zelenski

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Por Redação
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PARIS - O presidente francês Emmanuel Macron redobrou seus esforços diplomáticos neste domingo, 20, para evitar que a situação entre a Rússia e a Ucrânia se deteriore com duas conversas telefônicas com o líder russo Vladimir Putin e o ucraniano Volodmir Zelenski, com quem ele já havia conversado no sábado, 19.

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Na conversa, Putin disse que as "provocações" das forças de segurança ucrâniana foram a causa da escalada em Donbass. Mas, a presidência francesa destacou que Macron e Putin se comprometeram a realizar "todas as ações" que sejam úteis para "evitar a escalada (de tensão), reduzir riscos e preservar a paz". 

Os dois líderes, segundo o Eliseu, concordam em fazer com que o Grupo de Contato Trilateral se reúna nas próximas horas "com o objetivo de obter um compromisso de cessar-fogo de todas as partes envolvidas" na região.

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, se reunirá nos próximos dias com o colega russo, Sergei Lavrov, "e haverá várias consultas em Paris" sobre o assunto. "A entrevista por telefone com o presidente Putin durou 1 hora e 45 minutos. O presidente da república está agora numa central telefônica com o presidente Zelenski", indicou o Palácio do Eliseu.

O presidente francês Emmanuel Macron durante cúpula da União Europeia (UE)em Bruxelas; ele costurou o encontro entre Biden e Putin Foto: JOHANNA GERON/ AFP

Durante o telefonema com Zelenski, algo que não estava planejado inicialmente, o presidente ucraniano garantiu que "não responderia a provocações" da Rússia na linha de frente com os separatistas de Donbass, segundo a presidência francesa. E também pediu a Macron para expressar à Putin "a disponibilidade da Ucrânia para o diálogo."

Logo depois da ligação, Zelenski pediu a retomada das negociações com a Rússia sob a égide da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e o estabelecimento de um "cessar-fogo imediato" no leste em seu twitter.

No fim da tarde de sábado, 19, Zelenski convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU em vista da escalada militar em torno da Ucrânia, bem como um maior compromisso da comunidade internacional e uma revisão da atual arquitetura de segurança global. Algo que fez eco com as declarações feitas pelo presidente durante a Conferência de Segurança, em Munique.

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Antes das conversas com os líderes, a presidência francesa indicou que este diálogo faz parte dos "últimos esforços possíveis e necessários para evitar um grande conflito na Ucrânia", porque “o risco de cair em uma espiral de violência atualmente é muito alto”.

Ainda hoje, Rússia e Belarus tomaram a decisão de estender o tempo de inspeção de suas forças conjuntas para além deste domingo, 20, quando estava marcado o fim dos exercícios militares da Allied Determination 2022. O ministro da Bielorrússia disse que a decisão foi tomada "em conexão com o aumento da atividade militar perto das fronteiras externas" da Rússia e Bielorrússia e por causa da crescente tensão na região de Donbas, no leste da Ucrânia. 

A Otan diz que a Rússia tem até 30.000 soldados na a Bielorrússia e poderia usá-los como parte de uma força de invasão para atacar a Ucrânia, embora Moscou negue tal intenção./AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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