Mãe nega que ela e filha foram amantes de Berlusconi

Imprensa cobra explicações do líder italiano a respeito de sua relação com a jovem, que o chama de 'papi'

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Atualização:

Anna Palumbo, mãe da jovem Noemi, de 18 anos, que se transformou em caso político devido ao suposto relacionamento com o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse que ela e a filha nunca foram "amantes" do chefe do Executivo. O jornal "La Stampa" publicou nesta sexta-feira, 29, uma conversa com as duas durante a qual Palumbo declarou: "nunca fui amante de Berlusconi, minha mãe também não foi, e muito menos minha filha".

 

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A imprensa italiana cobra explicações do líder italiano a respeito de sua relação com a moça de Nápoles, que o chama de "papi" e disse que foi visitá-lo diversas vezes em Roma e em Milão. A mãe de Noemi se referiu também à esposa de Berlusconi, Veronica Lario, sobre quem disse que a tinha admirado à distância, mas afirmou que não entende sua reação, em referência a seu pedido de divórcio, depois de terem sido publicadas fotos de Berlusconi na festa de aniversário de 18 anos de Noemi. "Não teria problemas em falar com ela (com Veronica Lario), como mãe e como esposa. Gostaria de fazer isso", disse.

 

Por outro lado, durante o encontro com o jornalista, a mãe da jovem disse que foi ela que acompanhou Noemi e uma amiga ao aeroporto para que fossem à festa de fim de ano de 2008 organizada pelo primeiro-ministro na Sardenha. "Foi a única vez que foi (a Sardenha). Noemi foi tratada de forma excelente. Não havia só meninas jovens, como se disse, também estavam casais e Pier Silvio, filho de Berlusconi. Cantavam, dançavam e se divertiam. Uma festa normal, e no dia seguinte minha filha estava em casa", disse.

 

Segundo a Efe, Anna Palumbo ressaltou também que a filha não recebeu "nenhum objeto e muito menos dinheiro" naquela ocasião. Noemi lamentou viver assediada pelos jornalistas e disse que não pode sair de casa, nem falar com seus amigos pela internet, e acrescentou que todos a usam "para atacar Berlusconi".

 

Renúncia

 

Segundo a BBC, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, afirmou nesta quinta-feira que jamais teve um caso com uma jovem de 18 anos e, se isso tivesse ocorrido, ele teria renunciado ao cargo. Após vários dias de silêncio, Berlusconi voltou a falar sobre a jovem Noemi Letizia, embora as notícias sobre a ligação entre o premiê e a moça tenham recebido destaque diário nos jornais italianos e estrangeiros desde o final de abril.

 

"Nunca tive um relacionamento picante com uma (moça) menor de idade e jurei isso, por meus filhos. Se tivesse acontecido uma coisa dessas, teria me demitido um minuto depois", declarou Berlusconi ao encontrar jornalistas em Roma.

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Silvio Berlusconi alega que é amigo dos pais de Noemi e que sempre encontrou a moça na presença deles. Dias atrás, contudo, o premiê se contradisse ao confirmar algumas informações fornecidas pelo ex-namorado de Noemi.

 

O jovem, Gino Flaminio, havia declarado ao jornal La Repubblica que Noemi e uma amiga tinham passado dez dias na casa de Berlusconi na Sardenha durante o ultimo réveillon. Sem os pais. Na época, Noemi ainda era menor de idade. Ela completou 18 anos no final de abril, comemorando com uma festa da qual Berlusconi participou e em que ele deu a ela um colar de ouro com brilhantes de presente. "Sim, eu a convidei também. O que tem de mal em organizar uma festa de fim de ano e convidar muitas pessoas?" disse o premiê em entrevista ao jornal Libero na semana passada.

 

Separação

 

A festa de 18 anos de Noemi foi o estopim do divórcio entre Berlusconi e a mulher, Veronica Lario. Alguns dias após a festa, Veronica anunciou, por meio dos jornais, que iria pedir o divórcio porque não podia viver com um homem que "se corresponde com menores". Ela afirmou ainda que o marido não havia participado de nenhuma festa de 18 anos dos próprios filhos.

 

Desde então o caso tem ocupado os jornais, às vésperas das próximas eleições para o parlamento europeu. Berlusconi teme que possa ter influência sobre os eleitores e abalar sua popularidade, uma das mais altas já registradas na Itália, em torno de 70%, segundo dados fornecidos pelo próprio primeiro-ministro. De acordo com a oposição de centro-esquerda, o premiê deveria dar explicações sobre o caso diante do parlamento italiano, mas nenhum pedido oficial nesse sentido foi feito.

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