30 de dezembro de 2015 | 08h23
GENEBRA – O número de refugiados cruzando o mar Mediterrâneo quadriplicou em apenas um ano e, ao final de 2015, mais de 1 milhão de pessoas atravessaram o local em direção a países europeus. Os dados foram publicados nesta quarta-feira pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados.
Na semana passada, a entidade já havia alertado que o número total de imigrantes e refugiados chegando até a Europa havia superado a marca de 1 milhão de pessoas, incluindo todos aqueles que cruzaram fronteiras terrestres, chegaram em aviões ou em barcos. Agora, o número se refere apenas aos refugiados que desembarcam depois de uma das travessias mais perigosas do mundo.
Bombardeio da coalizão mata líder do EI
Em 2014, um total de 214 mil estrangeiros cruzaram o mar, o que já havia sido um recorde. Desta vez, o fluxo de refugiados entre a Turquia e a Grécia superou todas as previsões e foi equivalente a todo o movimento dos últimos cinco anos.
A ilha de Lesbos, na Grécia, foi a principal porta de entrada, com 80% dos desembarques. No total, 884 mil pessoas chegaram até os portos gregos, vindos da Turquia. Outros 150 mil cruzaram o mar na região entre a Líbia e a Itália, colaborando para a maior crise de refugiados da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
49% dos refugiados são sírios, contra 21% de afegãos. Mas o ano também registrou um recorde de mortes. Foram 3,7 mil e, para a ONU, o temor é de que esse número ainda aumente de forma importante nos primeiros meses de 2016. Durante o inverno europeu, a travessia é considerada ainda mais perigosa e qualquer naufrágio pode representar dezenas de mortes diante das águas geladas.
Na semana passada, a UE chegou a um acordo para reforçar a agência de Fronteiras do bloco, a Frontex, e enviar novos soldados para a Grécia. Mas o bloco tem sido duramente criticado por ongs que acusam os governos de estarem aprofundando a crise ao fechar suas fronteiras.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.