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Marcado julgamento do mordomo que queria limpar o 'mal' do Vaticano

Por PHILI
Atualização:

Um escândalo no Vaticano ganhará exibição excepcionalmente pública na próxima semana, quando o mordomo que servia refeições ao papa e o ajudava a se vestir vai a julgamento por vazar documentos privados de Bento 16, na esperança de limpar o que viu como "maldade e corrupção em todos os lugares da Igreja". O caso, que levou à mais grave crise do papado de Bento 16, envolve a divulgação de documentos confidenciais alegando corrupção no Vaticano e apontando para uma luta de poder nos mais altos níveis da Igreja Católica Romana. Paolo Gabriele, de 46 anos, pai de três filhos e vivendo uma vida simples, mas confortável, na cidade-Estado, disse aos investigadores após sua prisão, em maio, que ele acreditava que um choque "poderia ser uma coisa saudável para trazer a Igreja de volta ao caminho certo". O mordomo de confiança disse que agiu porque queria ajudar a erradicar a corrupção, "porque o papa não estava suficientemente informado", de acordo com detalhes divulgados ao público quando Gabriele foi indiciado em agosto. Gabriele irá a julgamento em 29 de setembro ao lado de Claudio Sciarpelletti, um especialista em computadores do Vaticano, informou o Vaticano, e pode ser preso por até seis anos se for considerado culpado da acusação de roubo com agravente. O Vaticano, por sua vez, chamou as revelações de um ataque "brutal" ao papa, enquanto o próprio Bento 16 apenas aludiu à dor pessoal, e criticou um retrato de mídia do Vaticano que "não corresponde à realidade". Gabriele é acusado de roubar as cartas da mesa de Bento 16 e vazá-las a repórteres. Sua prisão encerrou quase cinco meses de intriga e suspense depois que uma sequência de documentos e cartas privadas do papa chegaram aos meios de comunicação italianos. As cartas mais notórias divulgadas foram escritas ao papa pelo arcebispo Carlo Maria Vigano, atual embaixador do Vaticano em Washington, que era vice-governador da Cidade do Vaticano na época.

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