O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, classificou nesta quarta-feira, 12, como um "desastre nacional" os índices de alcoolismo na Rússia, onde 40 mil morrem anualmente de intoxicação etílica. "Para ser sincero, o alcoolismo em nosso país virou um desastre nacional", destacou Medvedev.
Segundo as agências de notícias russas, o presidente ressaltou que, "nos últimos anos, uma série de medidas que endurecem os requisitos para a produção e a venda de álcool foi tomada".
"A publicidade de bebidas alcoólicas foi restringida consideravelmente e foram endurecidas as punições para os condutores de veículos que dirigem embriagados", acrescentou Medvedev.
"Para dizer verdade, acho que não é possível falar de nenhuma mudança. Nada ajudou", disse Medvedev, que hoje, durante suas férias no balneário de Sochi (Mar Negro), comandou uma reunião sobre o problema do alcoolismo.
Sobre as estatísticas do Ministério da Saúde de que um russo consome quase 18 litros de álcool puro, o chefe de Estado ressaltou: "A pessoa chega a ficar sem fôlego quando conta as garrafas de vodca que isso (os 18 litros) significa".
Segundo Medvedev, essa quantidade é bem maior que os oito litros considerados saudáveis pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O chefe do Kremlin também se mostrou convencido de que "a luta contra o alcoolismo será eficaz se for sistemática e de longo prazo". Na opinião dele, as medidas contra o excessivo consumo de álcool devem incluir "tanto restrições como campanhas de promoção de uma vida saudável".
"O mais importante é que as pessoas disponham da possibilidade de levar uma vida plena, saudável e sóbria. Num país pobre, não é possível acabar com o alcoolismo", afirmou. Segundo um relatório da ONU, um em cada três homens russos morre pelo consumo abusivo de álcool.