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Medvedev promete anunciar se ele ou Putin concorrerá à eleição

Por ALEXEI ANISHCHUK
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O presidente russo, Dmitry Medvedev, deixou o país em dúvida nesta quarta-feira se ele ou o primeiro-ministro Vladimir Putin irá concorrer à eleição presidencial do ano que vem, mas prometeu uma decisão logo. Em uma longa entrevista coletiva transmitida ao vivo para a nação, Medvedev procurou mostrar que ele e Putin permanecem aliados. Mas disse que não concordam em tudo, comentário que pode sinalizar suas ambições de ser visto como candidato para um segundo mandato. Outros comentários que pareceram ter a intenção de sublinhar os pontos fortes de Medvedev incluíram a afirmação que a Rússia terá que adotar contra-medidas se não chegar a um acordo com Washington sobre um sistema de defesa com mísseis. Medvedev e Putin, o mentor que o conduziu ao Kremlin em 2008, deram a entender que um deles concorrerá a um mandato de seis anos como presidente em março próximo, mas ainda não disseram quem o fará a menos de um ano do pleito. "Para anunciar tal decisão, formatos diferentes de uma coletiva de imprensa devem ser escolhidos", declarou Medvedev, parecendo tranquilo, na entrevista coletiva em Skolkovo, área nos arredores de Moscou que deve se tornar um centro de negócios de alta tecnologia. "Quando tiver vontade de fazer esse anúncio, o farei", disse ele a uma plateia de cerca de 800 jornalistas, sua maior entrevista coletiva desde que se tornou o mandatário. Um anúncio está "bastante próximo", afirmou. A maioria dos russos ainda vê Putin como o mais importante líder do país. Presidente entre 2000 e 2008, ele buscou ampliar seu apoio político este mês antevendo a eleição parlamentar de dezembro e a votação presidencial de março de 2012. Medvedev, de 45 anos, se apresentou como alternativa ao ex-espião de 58 anos da KGB e os dois trocaram gracejos públicos em aparições com ares de campanha, alimentando a especulação de que Medvedev está se movimentando para buscar um segundo mandado. Medvedev se recusou a comentar diretamente as insinuações de que pode desdenhar o governo Putin, mas em resposta a outra questão, disse: "Ninguém fica no poder para sempre. As pessoas que têm ilusões assim costumam terminar mal". Indagado sobre seu relacionamento com Putin, ele disse que se conhecem bem e têm mentalidades e estratégias afins. "Mas isto não significa que concordemos em tudo. Não deve ser assim, seria muito chato e simplesmente errado", disse.

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