12 de julho de 2014 | 12h57
No ano passado, surgiram informações de que o telefone de Merkel foi grampeado por agentes norte-americanos. Questionada sobre quão furiosa ficou após ouvir sobre os supostos espiões, um dos quais trabalhava para a agência de inteligência alemã (BND) e o outro para o Ministério da Defesa, Merkel afirmou: "Não importa o quão brava eu furiosa eu fiquei. Para mim é um sinal de que temos concepções fundamentalmente diferentes sobre o trabalho dos serviços de inteligência". "Não consigo falar antecipadamente se as medidas que tomamos terão efeito, mas espero que algo mude. O mais importante é mostrarmos como vemos as coisas, e não existe uma parceria cooperativa quando essas coisas acontecem", afirmou. Merkel disse que há questões mais importantes para se espionar, e que fazer isso contra amigos abala a confiança mútua. "Não vivemos mais na Guerra Fria e temos diferentes ameaças. Devíamos nos concentrar no que é essencial", afirmou. Ela acrescentou, contudo, que agentes da inteligência alemã continuam trabalhando com norte-americanos e que deseja a continuação desse trabalho.
Merkel também descartou problemas entre a União Europeia e os EUA para o fechamento de um acordo de livre comércio em decorrência dos recentes atritos sobre espionagem. Autoridades norte-americanas disseram à Reuters na sexta-feira que o funcionário da defesa alemã que está sendo investigado mantinha contato com o Departamento de Estado e não com as agências de inteligência, o que levanta dúvidas sobre a existência de espionagem contra a aliada Alemanha. O membro em questão não foi preso. O outro homem está sob custódia após ser detido por espionagem. Ele disse a investigadores que passou documentos para a CIA, e autoridades dos EUA reconheceram internamente que isso ocorreu, e que a agência classificou as informações como preciosas.
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