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Merkel enfrenta possível derrota em estado crucial

Por STE
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Começou neste domingo a votação no estado mais populoso da Alemanha, onde os conservadores, da chanceler Angela Merkel, enfrentam a possibilidade de derrota nas urnas, algo que daria força à esquerda antes das eleições federais do próximo ano e elevaria as críticas contra as medidas de austeridade apoiadas pela governante na Europa. A Renânia do Norte-Vestfália, um estado industrial no oeste da Alemanha, com a economia e a população do tamanho da Holanda, tem uma história de influenciar a política nacional. As primeiras pesquisas de boca de urna saem às 13 horas (horário de Brasília) e devem mostrar Hannelore Kraft, do partido de centro-esquerda Social Democratas (SPD), à frente de Norbert Roettgen, do partido Democrata Cristão (CDU) e ministro do Meio Ambiente do governo de Merkel. "O SPD voltará ao poder", afirmou Helmut Krah, um eleitor da capital da Renânia do Norte-Vestfália, Dusseldorf, que olhava vitrines das lojas com sua esposa na elegante Koenigsallee. "Estou votando neles não porque são bons, mas porque os outros são muito ruins." A possível vitória deve melhorar a sorte do SPD em toda a nação e fazer Merkel, política mais popular da Alemanha, ficar politicamente vulnerável pela primeira vez em muito tempo. Kraft, que governou o estado em uma frágil coalizão de minoria com os Verdes por dois anos, ganhou muitos eleitores ao prometer um método mais conservador para cortar o déficit de 180 bilhões de euros do estado, esquivando-se se acusações de má administração fiscal, feitas pelo CDU. Uma vitória ampla do SPD seria vista por muitos como uma dupla derrota para a chanceler, pois o estado rejeitaria seu partido e a disciplina fiscal que Merkel forçou sobre países muito endividados da zona do euro, como a Grécia. A votação na Renânia do Norte-Vestfália segue o padrão de eleições na Grécia, França e Itália, que realçaram uma crescente revolta contra as medidas de austeridade. Roettgen declarou que a votação seria um referendo sobre as políticas de Merkel quanto às dívidas. "A eleição de domingo também serve para finalmente dar à nossa chanceler o apoio total de Dusseldorf... para suas políticas nacional e europeia", afirmou o candidato a 2.000 pessoas que participavam de um comício na sexta-feira. Outros líderes conservadores se distanciaram de Roettgen, e os institutos de pesquisa dizem que uma grande maioria dos alemães ainda apoiam a insistência de Merkel na disciplina fiscal na Europa, mesmo sem desejar tanta austeridade assim no próprio país. (Reportagem de Noah Barkin e Sarah Marsh em Berlim e Tom Kaeckenhoff em Dusseldorf)

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