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Merkel exalta coragem dos alemães do leste na Queda do Muro

Para chanceler, 'sonho' da reunificação só foi possível graças à atitude dos habitantes da Berlim comunista

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Por Redação
Atualização:

 

BERLIM - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, exaltou nesta segunda-feira, 9, a coragem dos alemães que viviam do lado leste do país que ajudaram a derrubar o Muro de Berlim durante as comemorações dos 20 anos da queda do símbolo da Guerra Fria que significou a reunificação da Alemanha.

 

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Primeira chanceler a crescer no leste comunista da Alemanha, Angela recebeu dezenas de líderes mundiais do passado e do presente para relembrar a queda do Muro. "A noite de 9 de novembro de 1989 foi a realização de um sonho. Muitos tiveram um papel, mas isso não seria possível sem a coragem dos habitantes da ex-Alemanha Oriental".

 

"Esse não é um dia de celebração apenas para os alemães", afirmou Merkel. "Isso é um dia de celebração para toda a Europa, esse é um dia de celebração para todas as pessoas que têm mais liberdade", disse a chanceler.

 

Como fez há 20 anos, Angela atravessou de novo a passagem da Rua Bornholmer, a primeira que se abriu naquela noite, ao lado do ex-primeiro-ministro soviético Mikhail Gorbatchev e o ex-líder polonês Lech Walesa. "Você tornou isso possível. Corajosamente você deixou as coisas acontecerem e isso era muito mais do que esperávamos", disse a chanceler em agradecimento a Gorbatchev, responsável por reformas políticas e econômicas na ex-União Soviética que permitiram a queda do Muro. Os presentes nas celebrações gritavam "Gorby! Gorby!" em alusão ao ex-líder soviético.

 

Refazendo os passos da multidão que cruzou a barreira há 20 anos, Merkel passou pelo Portão de Brandeburgo, um símbolo da reunificação alemã, acompanhada de dezenas de líderes de governo. Alguns deles, como a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e da Rússia, Dmitri Medvedev, discursarão antes da derrubada de muros de dominó, que será iniciada pelo ex-líder húngaro Miklos Nemeth.

 

Revolução pacífica

 

O presidente da Alemanha, Horst Köhler, também lembrou o histórico dia 9 de novembro ante líderes de todos os países da União Europeia, dizendo que aquele foi o momento quando os alemães "dançaram em cima do Muro e quando o mundo mudou".

 

"Durante décadas, sequer podíamos chegar perto do Muro. Nessa noite, dançamos em cima dele e o mundo mudou", disse o presidente alemão. "Em todo o país as pessoas se abraçavam e pensavam em todos que haviam tornado possível aquela revolução pacífica na Alemanha", completou.

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Köhler também lembrou os líderes mundiais da época e os agradeceu pelo "milagre" da queda do Muro sem derramar "uma gota de sangue". "É algo que não teria sido possível sem o valor de muita gente, sem homens de Estado com visão - como Gorbatchev, Helmut Kohl e George Bush pai", disse o alemão, acrescentando que a Alemanha nunca se esquecerá daqueles que ajudaram no processo de reunificação.

 

Comemorações

 

A cerimônia, orçada em 5 milhões de euros, começou às 18 horas (15 horas em Brasília), com um concerto ao ar livre da orquestra da Ópera do Estado de Berlim, regida pelo maestro e pianista israelense de origem argentina Daniel Barenboim, que vive em Berlim. Em seguida se apresentam a banda americana Bon Jovi, com sua nova canção We weren’t born to follow ("Não nascemos para seguir"), e o DJ Paul van Dyk, também originário da Alemanha Oriental, que compôs uma música para o evento.

 

Os políticos farão discursos e depois os dominós serão derrubados, em meio à explosão de fogos de artifício. Milhares de pessoas deverão formar uma corrente ao longo do antigo traçado do Muro, que foi completamente demolido. A prefeitura de Berlim espera o comparecimento de 100 mil pessoas.

 

Muitos museus de Berlim estão apresentando exposições sobre o período do pós-Guerra, da construção do Muro (1961) e de sua queda. Na Alexanderplatz, há uma grande exibição de fotos da época do Muro - cuja existência os alemães procuraram esquecer nos últimos 20 anos, mas que chegou a hora de relembrar.

 

ONU

 

A ONU também se manifestou sobre a data histórica. Ban Ki-moon, secretário-geral do organismo,assegurou nesta segunda-feira, 9, que a queda do Muro de Berlim, há 20 anos, mudou o curso da história e simbolizou o triunfo do povo na busca pela liberdade

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A porta-voz da ONU, Michèle Montas, disse que Ban considera que a história das pessoas que contribuíram para derrubar o muro que dividia a cidade alemã desde 1961 é ainda hoje "uma fonte de inspiração".

 

"Devemos àqueles que brigaram pelos direitos e as liberdades fundamentais", disse Montás em comunicado

 

Na nota, a porta-voz afirma ainda que a queda do muro lembra "o bem que o povo pode conseguir, seja na luta pelos direitos humanos em 1989 ou nos esforços no século XXI para eliminar a pobreza, alimentar os famintos e combater a mudança climática".

 

(Com informações de Reuters, Efe e Associated Press)

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