18 de maio de 2011 | 01h31
MADRI - Cerca de duas mil pessoas mantêm na madrugada desta quarta-feira, 18, na praça Puerta del Sol, em Madri, um protesto pacífico para exigir uma "democracia real" e a melhora das condições de vida, com críticas constantes à classe política.
O já denominado Movimento 15-M - em alusão ao último 15 de maio, dia em que começaram as manifestações cidadãs - voltou ao centro de Madri após ter tido seus integrantes retirados pela polícia na madrugada desta terça-feira, 17.
Em um ambiente festivo, os manifestantes tomaram novamente a emblemática praça da capital espanhola e a decoraram com vários cartazes exigindo melhores condições de vida em um país com quase cinco milhões de desempregados.
Uma grande lona azul, que faz o local parecer a praça Tahrir, no Cairo, serve de teto para os manifestantes, que passam a noite entre cânticos, jogos e debates.
Até o momento não houve enfrentamentos, e a tranquilidade predomina na praça, que permanece custodiada por cerca de 50 policiais postados em frente ao edifício da comunidade Autônoma de Madri (Governo Regional).
A espontaneidade do movimento, que usa as redes sociais como motor, deu lugar a uma progressiva organização dos manifestantes.
Mostra disso são as diferentes comissões de infraestrutura, comunicação, alimentação, ação e atividades, limpeza, e coordenação interna, encarregadas de coordenar e estabelecer um plano de ações para os próximos dias.
Apesar de o objetivo ser a permanência até o próximo domingo, dia das eleições municipais e regionais na Espanha, os manifestantes não descartam prolongar o prazo.
"Aqui não há líderes, mas reina a unidade", assegura Bruno, de 25 anos, que acaba de ingressar na lista de desempregados e reivindica o fim do bipartidarismo político (Partido Socialista-Partido Popular), assim como a instauração de uma verdadeira democracia social.
As manifestações têm três reivindicações fundamentais: trabalho, moradia e reforma da lei eleitoral para um sistema mais justo e equitativo.
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