05 de agosto de 2014 | 07h27
GENEBRA - Uma ministra de estado de Relações Exteriores do Reino Unido, Lady Sayeeda Warsi, renuncia em protesto contra a política de seu governo em relação à guerra em Gaza, justificando que a posição de Londres é "moralmente indefensável". Ela não é a chefe da diplomacia britânica, cargo que é ocupado pelo secretário de Relações Exteriores. Mas era um dos principais nomes do ministério.
Warsi vinha criticando a resistência de David Cameron, o primeiro-ministro, por condenar de forma inequívoca as atitudes de Israel em Gaza. Nos últimos dias, Londres se recusou até mesmo a dizer se acreditava que Israel estaria agindo de forma desproporcional.
Em sua carta de renúncia, a ministra alertou que a "linguagem e tratamento do governo durante a crise em Gaza é moralmente indefensável, não são de interesse nacional britânico e terão um impacto de longo prazo em nossa reputação internacional e doméstica".
Warsi se tornou a primeira mulher muçulmana a fazer parte do gabinete de um primeiro-ministro britânico e, em 2012, passou a ocupar o cargo que equivale a um vice-ministro da chancelaria. Nas últimas semanas, ele criticou abertamente a posição de Israel. "Podem parar de tentar justifcar a morte de crianças?" pedia. Sua renúncia revela que o Partido Conservador britânico está dividido sobre o que vem ocorrendo em Gaza e sobre o que deve ser a posição do governo.
O prefeito de Londres, Boris Johnson, lamentou a renúncia de Warsi. Para ele, os eventos são "inaceitáveis". Já Tim Montgomerie, outro influente nome do Partido Conservador, alertou que a ex-ministra já tinha "mostrado apoio ao Hamas".
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