Atualizado às 20h53 PARIS - Várias prisões foram feitas neste sábado na Bélgica, que lançou uma operação para desarticular uma possível célula terrorista vinculada aos atentados de Paris. De acordo com a rede estatal RTBF, a operação foi lançada no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, em meio às suspeitas de que três dos terroristas de Paris procediam dessa localidade. Um dos três detidos neste sábado é um francês residente na Bélgica que havia alugado o automóvel que os terroristas usaram para chegar à casa de shows Bataclan, afirmou o Procurador-geral da França, François Molin. Ele acrescentou que o homem foi preso em um controle policial na Bélgica com outros dois indivíduos, também residentes em Bruxelas, mas nenhum deles tinha sido fichado na França. Molins explicou que a França enviou pedidos internacionais de prisão esses indivíduos e também solicitou informações sobre o veículo. O carro, um Polo de cor preta, foi encontrado em frente ao Bataclan e, segundo vídeos e várias testemunhas, foi usado para levar os terroristas até ao local onde cerca de 1.500 pessoas assistiam a um show da banda de rock Eagles of the Death Metal.
O promotor de Paris afirmou que não pode dar mais detalhes sobre as operações da polícia belga para não prejudicar as investigações que ainda estão em curso. O diário Het Laatste Nieuws informou em sua edição digital que em um dos locais dos ataques em Paris também foram encontrados bilhetes de metrô da Bélgica. O governo belga adotou controles fronteiriços com a França em estradas, aeroportos e estações de trem. Também elevou o nível de segurança e de vigilância. Um dos terroristas que lançaram o ataque contra o Bataclan foi identificado por suas digitais, pois tinha sido fichado pelo serviço de inteligência por sua ligação com grupos jihadistas. De acordo com a rádio Europe 1, trata-se de um jovem francês procedente da localidade de Courcouronnes,35 quilômetros ao sul de Paris. A emissora France Info disse que, ao cruzar as impressões digitais do terrorista com as fichas policiais, os investigadores comprovaram que se tratava de uma pessoa vinculada ao terrorismo islâmico. O diário Le Figaro publicou em sua edição online que os terroristas que agiram no Bataclan falavam em francês. O procurador-geral da França, François Molin, disse neste sábado que os terroristas fizeram alusões a Síria e Iraque durante o ataque à casa de shows. Ele acrescentou que os atentados foram lançados por sete terroristas divididos em três grupos. A polícia também encontrou um passaporte sírio e outro egípcio perto do local onde suicidas detonaram explosivos no Stade de France, durante um amistoso entre as seleções da França e da Alemanha, informou a emissora BFMTV. O ministro de Proteção Cidadã da Grécia, Nikos Toskas, responsável pelas forças policiais, disse que o dono do passaporte sírio encontrado com um dos terroristas é um imigrante que passou em 3 de outubro pela ilha grega de Leros, onde foi registrado com base nas normas da União Europeia.
“Não sabemos se o passaporte foi verificado por outros países pelos quais provavelmente passou o titular”, disse o ministro grego em um comunicado. No entanto, ele destacou que não havia certeza de que o passaporte pertencia à pessoa com quem estava, nem se se tratava realmente de um terrorista ou de uma vítima. O governo alemão pediu neste sábado que questão dos imigrantes que chegam incessantemente ao país não seja vinculada aos atentados cometidos na França e destacou que essa é uma questão que pode ser distorcida pela ultradireita. A declaração foi feita pelo ministro do Interior, Thomas de Maizièri, após uma reunião com a chanceler alemã, Angela Merkel, e vários membros de seu governo. O ministro também declarou ontem que não havia sido estabelecido nenhum vínculo direto entre a detenção na Baviera de um homem que dirigia um carro repleto de explosivos e os atentados em Paris. Ele disse que a polícia encontrou entre os pertences do homem preso em Rosenheim um papel com um endereço em Paris.