Bélgica prende 3 suspeitos de ter laços com ataques

Um dos detidos é um francês residente em Bruxelas, que alugou o automóvel usado pelos terroristas no atentado à casa de shows

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Atualizado às 20h53 PARIS - Várias prisões foram feitas neste sábado na Bélgica, que lançou uma operação para desarticular uma possível célula terrorista vinculada aos atentados de Paris. De acordo com a rede estatal RTBF, a operação foi lançada no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, em meio às suspeitas de que três dos terroristas de Paris procediam dessa localidade.  Um dos três detidos neste sábado é um francês residente na Bélgica que havia alugado o automóvel que os terroristas usaram para chegar à casa de shows Bataclan, afirmou o Procurador-geral da França, François Molin.  Ele acrescentou que o homem foi preso em um controle policial na Bélgica com outros dois indivíduos, também residentes em Bruxelas, mas nenhum deles tinha sido fichado na França.  Molins explicou que a França enviou pedidos internacionais de prisão esses indivíduos e também solicitou informações sobre o veículo. O carro, um Polo de cor preta, foi encontrado em frente ao Bataclan e, segundo vídeos e várias testemunhas, foi usado para levar os terroristas até ao local onde cerca de 1.500 pessoas assistiam a um show da banda de rock Eagles of the Death Metal.  

Operação policial foi lançada nas ruas do bairro de Molenbeek, em Bruxelas, para prender suspeitos de envolvimentos nos atos terroristas de Paris que mataram ao menos 127 pessoas. Foto: EFE/EPA/Olivier Hoslet

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O promotor de Paris afirmou que não pode dar mais detalhes sobre as operações da polícia belga para não prejudicar as investigações que ainda estão em curso. O diário Het Laatste Nieuws informou em sua edição digital que em um dos locais dos ataques em Paris também foram encontrados bilhetes de metrô da Bélgica. O governo belga adotou controles fronteiriços com a França em estradas, aeroportos e estações de trem. Também elevou o nível de segurança e de vigilância. Um dos terroristas que lançaram o ataque contra o Bataclan foi identificado por suas digitais, pois tinha sido fichado pelo serviço de inteligência por sua ligação com grupos jihadistas. De acordo com a rádio Europe 1, trata-se de um jovem francês procedente da localidade de Courcouronnes,35 quilômetros ao sul de Paris. A emissora France Info disse que, ao cruzar as impressões digitais do terrorista com as fichas policiais, os investigadores comprovaram que se tratava de uma pessoa vinculada ao terrorismo islâmico.  O diário Le Figaro publicou em sua edição online que os terroristas que agiram no Bataclan falavam em francês. O procurador-geral da França, François Molin, disse neste sábado que os terroristas fizeram alusões a Síria e Iraque durante o ataque à casa de shows. Ele acrescentou que os atentados foram lançados por sete terroristas divididos em três grupos.  A polícia também encontrou um passaporte sírio e outro egípcio perto do local onde suicidas detonaram explosivos no Stade de France, durante um amistoso entre as seleções da França e da Alemanha, informou a emissora BFMTV. O ministro de Proteção Cidadã da Grécia, Nikos Toskas, responsável pelas forças policiais, disse que o dono do passaporte sírio encontrado com um dos terroristas é um imigrante que passou em 3 de outubro pela ilha grega de Leros, onde foi registrado com base nas normas da União Europeia.

“Não sabemos se o passaporte foi verificado por outros países pelos quais provavelmente passou o titular”, disse o ministro grego em um comunicado. No entanto, ele destacou que não havia certeza de que o passaporte pertencia à pessoa com quem estava, nem se se tratava realmente de um terrorista ou de uma vítima. O governo alemão pediu neste sábado que questão dos imigrantes que chegam incessantemente ao país não seja vinculada aos atentados cometidos na França e destacou que essa é uma questão que pode ser distorcida pela ultradireita. A declaração foi feita pelo ministro do Interior, Thomas de Maizièri, após uma reunião com a chanceler alemã, Angela Merkel, e vários membros de seu governo. O ministro também declarou ontem que não havia sido estabelecido nenhum vínculo direto entre a detenção na Baviera de um homem que dirigia um carro repleto de explosivos e os atentados em Paris. Ele disse que a polícia encontrou entre os pertences do homem preso em Rosenheim um papel com um endereço em Paris. 

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