
05 de dezembro de 2010 | 14h17
"O perigo de um partido anti-euro precisa ser levado a sério", afirmou o ministro ao jornal Bild em comentários previstos para aparecer na edição de segunda-feira.
Na Alemanha tem havido sugestões de acadêmicos e também em fóruns na Internet de que o país deva abandonar o euro. Uma sondagem recente mostrou que a maioria dos alemães acredita que o país estaria melhor se tivesse mantido o deutschemark.
"Isso é mais uma razão para explicar às pessoas o que elas ganham com o euro. Que o euro as protege da turbulência da globalização melhor do que uma moeda nacional alemã faria", disse Schaeuble.
"Sem o euro, todo alemão seria mais pobre. Sem o euro, o mercado de trabalho estaria muito pior."
Schaeuble, 68, falou em um momento em que aumentam as pressões sobre governos da zona do euro para aumentar o tamanho de fundo de ajuda para Estados em crise e evitar novas turbulências no mercado que possam afetar a estabilidade da moeda.
Reiterando comentários já feitos por ele na sexta-feira, o ministro descreveu reações recentes ao euro como uma tentativa dos mercados financeiros de checar se a moeda comum foi feita para durar.
"Os mercados financeiros estão testando se a construção da zona da moeda comum resistirá. Se funcionará ter uma moeda comum, mas também deixar a política financeira para (governos) nacionais."
O político veterano, que pertence ao partido Democrata Cristão da chanceler Angela Merkel, disse que não há a possibilidade de se permitir a separação da união monetária de 16 países.
"Isso nos custaria muito, muito mais que tudo o que estamos fazendo pelo euro agora", afirmou. "A economia sofreria consequências imprevisíveis, e muitos empregos estariam em risco. E os bancos também enfrentariam problemas enormes."
(Reportagem de Dave Graham)
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