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Mísseis da Otan chegam à Turquia para proteção de potencial ataque sírio

Por JONATHON BURCH
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A primeira de seis baterias de mísseis Patriot da Otan destinados a proteger a Turquia de um potencial ataque sírio chegou de navio da Alemanha nesta segunda-feira, provocando um pequeno, mas barulhento protesto de manifestantes nacionalistas e de esquerda. Dezenas de veículos militares alemães camuflados carregando as baterias desembarcaram no porto mediterrâneo de Iskenderun. Cerca de 150 partidários do Partido Comunista Turco dispararam granadas de fumaça rosa e queimaram uma bandeira norte-americana em uma entrada do porto. A Alemanha, a Holanda e os Estados Unidos estão enviando duas baterias de mísseis Patriot cada e até 400 soldados para a Turquia depois de Ancara pedir ajuda da Otan para reforçar a segurança ao longo de sua fronteira de 900 quilômetros com a Síria. Damasco chamou o movimento de "provocativo", em parte porque o pedido de míssil da Turquia poderia ser visto como um primeiro passo para a implantação de uma zona de exclusão aérea sobre o espaço aéreo sírio. A fronteira se tornou um ponto de inflamação na insurgência de 22 meses contra o presidente Bashar al-Assad, com bombas do governo sírio frequentemente caindo em território turco, provocando uma resposta semelhante do exército de Ancara. "Esta missão é puramente defensiva", disse o tenente-coronel do Exército polonês Dariusz Kacperczyk, porta-voz da Otan para a implantação Patriot. "É para impedir qualquer possível ameaça proveniente de mísseis para a população turca e o território". As baterias estarão plenamente operacionais no início de fevereiro e vão proteger mais de 3,5 milhões de pessoas que vivem na região, disse ele. A Turquia tem sido um dos maiores críticos de Assad, liderando pedidos por intervenção internacional e fornecendo abrigo para mais de 150 mil refugiados sírios. Apesar da desconfiança sobre um envolvimento turco possivelmente mais complexo no conflito, houve apenas oposição em pequena escala à implantação da Otan. "Yankees vão para casa!", "América Assassina, saia do Oriente Médio!", gritava a multidão de nacionalistas, alguns agitando bandeiras turcas, em um protesto no centro de Iskenderun. "O porto de Iskenderun vai se tornar túmulo da Otan", dizia um cartaz segurado por um manifestante na multidão de centenas. A polícia de choque, ajudada por veículos blindados de canhão de água, acompanhava de longe.

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