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Monti prepara caminho para eleição com aprovação do Orçamento no Senado

'Seria irresponsável desperdiçar os muitos sacrifícios que os italianos fizeram', disse o primeiro-ministro italiano

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MELFI, ITÁLIA - O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, advertiu os italianos nesta quinta-feira, 20, para que não joguem fora os resultados alcançados por seu governo depois que o parlamento deu mais um passo para a aprovação do Orçamento 2013, que vai preparar o caminho para uma eleição em fevereiro. "Seria irresponsável desperdiçar os muitos sacrifícios que os italianos fizeram", afirmou Monti em um discurso na cidade de Melfi. Os resultados desses sacrifícios poderiam facilmente ser "varridos" se os eleitores fossem tentados por promessas eleitorais que estavam "longe da realidade", disse ele, em comentários que pareciam ser dirigidos para o líder de centro-direita Silvio Berlusconi. O antecessor de Monti, que renunciou em novembro do ano passado quando os custos dos empréstimos italianos saltavam, prometeu abolir imediatamente um imposto de habitação introduzido por Monti e cortar impostos em um ponto percentual a cada ano depois disso. As palavras de Monti podem muito bem serem as salvas de abertura de uma campanha eleitoral própria. A grande expectativa é de que ele anuncie no fim de semana que vai participar de alguma forma da eleição, seja endossando partidos que o querem de volta como primeiro-ministro ou se candidatando. O presidente Giorgio Napolitano disse na quarta-feira que 24 de fevereiro parecia a data mais adequada para a eleição. Monti, que conseguiu a aprovação de reformas do sistema previdenciário, do mercado de trabalho e de partes do setor de serviços, disse que a Itália ainda estava "apenas no início das reformas estruturais" necessárias para tornar o país mais competitivo. Nesta quinta-feira, o parlamento deu um passo importante rumo à aprovação do Orçamento de 2013, a última peça de legislação pendente antes que eleições possam ser convocadas, quando o Senado aprovou facilmente o projeto de lei em um voto de confiança. O Orçamento, que pretende reduzir o déficit fiscal da Itália para 1,8 por cento da produção em 2013, de 2,6 por cento projetados este ano, passa agora para a Câmara dos Deputados, onde deverá ser aprovado na sexta-feira ou sábado. Se as coisas caminharem rapidamente como alguns comentaristas esperam, Monti poderia, então, entregar sua renúncia esta semana e imediatamente fazer uma entrevista coletiva para esclarecer suas intenções na eleição.

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