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Multidão exige renúncia do governo após assassinato de jornalista na Eslováquia

Khan Kuciak foi encontrado morto em sua casa perto de Bratislava no final de fevereiro, enquanto averiguava a influência da máfia italiana em altos cargos do governo eslovaco

Atualização:

PRAGA - Dezenas de milhares de pessoas exigiram nesta sexta-feira, 09, em Bratislava e outras 30 cidades da Eslováquia a renúncia do atual Executivo tripartite liderado pelo social-democrata Robert Fico, o qual muitos culpam de passividade e ineficácia para combater a corrupção e o crime organizado.

Multidão protesta contra o governo e exige a investigação do assassinato do jornalista Khan Kuciak, em Bratislava, Eslováquia. Foto: Joe Klamar/AFP

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A segunda reivindicação dos manifestantes, segundo declararam os organizadores do protesto à emissora privada TA3, foi uma investigação profunda e imparcial sobre o assassinato do jornalista Khan Kuciak, encontrado morto em sua casa perto de Bratislava no final de fevereiro.

Kuciak averiguava a influência da máfia italiana em altos cargos do governo eslovaco, através de pessoas de círculos próximos ao primeiro-ministro.

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O assassinato do repórter causou grande comoção no país e suscitou uma profunda crise política que enfrentou o primeiro-ministro Fico com o presidente Andrej Kiska, que lhe exige uma profunda remodelação de gabinete ou eleições antecipadas.

Hoje o protesto mais numeroso aconteceu na capital Bratislava, onde mais de 25.000 pessoas entoaram palavras de ordem como "Renúncia" e "Queremos eleições".

Estes protestos, entre os maiores dos últimos 30 anos neste país centro-europeu de cinco milhões de habitantes, se desenvolveram sem incidentes e em meio a um grande esquema policial.

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O primeiro-ministro havia avisado antes que tinha ciência de indícios que estas ações podiam derivar em atos de vandalismo, o que a oposição considerou uma forma de atiçar temores.

As concentrações de hoje, organizadas por ativistas jovens através de redes sociais, tiveram como lema a frase "Nos levantemos por uma Eslováquia decente".

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"É uma casta que está acima da lei e que não respeita a cultura democrática", disse à "TA3" em alusão aos políticos do atual Executivo um manifestante de Kosice, segunda maior cidade da Eslováquia, onde hoje protestaram 15.000 pessoas.

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Durante o fim de semana, Fico buscará com seus parceiros de coalizão nacionalistas e da minoria húngara uma solução pactuada à crise política no país, da qual depois informará ao presidente.

Kiska repetiu hoje que vê somente duas possibilidades para resolver a situação: uma remodelação substancial do governo ou a realização de eleições antecipadas.

Os meios de comunicação locais afirmam que a remodelação do Executivo passa necessariamente pela saída do controverso ministro do Interior, Robert Kalinak, contra quem um promotor apresentou nesta semana uma denúncia por sabotar investigações relacionadas ao crime organizado. /EFE

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