Negociação sobre status de Kosovo termina novamente sem consenso

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Por DOUGLAS HAMILTON
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Terminou novamente sem acordo a discussão entre sérvios e albaneses de Kosovo a respeito do futuro da província separatista, segundo um mediador europeu. "Lamentavelmente, as partes não conseguiram alcançar um acordo a respeito do status (futuro de Kosovo)", disse Wolfgang Ischinger, representante da União Européia (UE), após mais uma reunião em um hotel nos arredores de Viena. Os encontros se sucedem desde segunda-feira, sem avanços -- é a sexta e última rodada do gênero desde o final de agosto. O representante dos EUA, Frank Wisner, disse que a paz na região "está muito em jogo" e pediu às partes que mantenham sua promessa de preservar a paz e o diálogo além do final das negociações formais. Os mediadores da UE, dos EUA e da Rússia farão na segunda-feira que vem sua visita final a Kosovo antes de apresentar, até 10 de dezembro, um relatório sobre o caso à Organização das Nações Unidas (ONU). EUA e UE dizem que a mediação termina com o relatório à ONU. Mas a Rússia, aliada da Sérvia e dona de poder de veto no Conselho de Segurança, impede a independência de Kosovo e diz que vai "insistir" em mais negociações. Kosovo pertence formalmente à Sérvia, mas sua população é majoritariamente de etnia albanesa. A região está há oito anos sob controle da ONU e proteção da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O Ocidente vê a independência sob supervisão da UE como a única solução viável. Políticos albaneses de Kosovo lamentaram a falta de acordo, enquanto o presidente da Sérvia, Boris Tadic, disse que ainda há margem para negociação e alertou a população albanesa que Belgrado iria "anular" uma eventual declaração unilateral de independência, que segundo ele teria um "efeito dominó" em toda região e além dela. Estima-se que 90 por cento dos albaneses de Kosovo sejam favoráveis à independência, mas o premiê sérvio, Vojislav Kostunica, diz que uma declaração nesse sentido, com apoio apenas do Ocidente, seria ilegal. "Para a Sérvia, só uma solução dentro do Conselho de Segurança é aceitável", disse Kostunica na terça-feira. "Essas negociações já duraram dois anos. A forma como começaram é a forma como devem terminar -- no Conselho de Segurança."

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