
30 de abril de 2008 | 17h00
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) acusou nesta quarta-feira, 30, a Rússia de "minar a integridade territorial" da Geórgia e "elevar a tensão" na região pelo desdobramento de novas tropas de pacificação nas regiões separatistas da Abkházia e Ossétia do Sul. Veja também: Rússia envia mais soldados para regiões separatistas da Geórgia A declaração se baseia no fato de a Rússia ter anunciado o elevação no número de efetivos nas forças de paz na Abkházia, conforme informou o ministro de Assuntos Exteriores da entidade separatista, Serguei Shamba. "A Otan observa a situação com preocupação, e quer que todas as partes evitem o tipo de retórica que vimos enquanto subia a tensão, assim como que não se dêem passos...que destruam o que já é uma situação frágil", disse o porta-voz da Aliança, James Appathurai, em entrevista coletiva. A Rússia aumentou na terça o número de soldados nas regiões da Abkházia e Ossétia do Sul, uma medida que justificou pelo "aumento do agrupamento de tropas georgianas nas proximidades das zonas de conflito e à ameaça do uso da força." Moscou advertiu, através de seu ministro de Exteriores, Serguei Lavrov, que se a Geórgia "começar a cumprir sua ameaça de empregar a força, seremos obrigados a fazer represálias para proteger a vida de nossos cidadãos." Segundo o porta-voz da Aliança, "os passos foram tomados, e a retórica que foi usada sobre a ameaça da força aumentou as tensões e minou a integridade territorial da Geórgia." Os responsáveis da Otan se reuniram com diplomatas russos nesta quarta-feira para discutir sobre estes eventos. O porta-voz da organização disse que não têm informação sobre possíveis movimentos de tropas por nenhuma das duas partes, já que, em sua opinião, "todo mundo está observando cuidadosamente a situação no terreno." O Kremlin acusa o governo de Tbilisi de se preparar para livrar uma guerra contra as regiões separatistas da Abkházia e Ossétia do Sul, que romperam laços com a Geórgia com a ajuda da Rússia. Além disso, o governo da Geórgia, presidido por Mikhail Saakashvili, é considerado o principal aliado dos Estados Unidos na região do Cáucaso e um defensor do retorno de ambas as regiões a território georgiano e da entrada de seu país na Otan.
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