16 de agosto de 2010 | 11h40
PARIS - Vários países europeus estão analisando "todos os meios" para salvar a vida de Sakineh Mohammadi Ashtiani, a mulher iraniana acusada de adultério e assassinato e condenada à morte, informou nesta segunda-feira, 16, a porta-voz do Ministério de Exteriores francês Christine Fages.
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"A França, junto a seus parceiros europeus, examina atualmente todos os meios para evitar que a condenação de Sakineh Mohammadi Ashtiani seja executada", disse a porta-voz.
Desde que foi divulgada a informação sobre a condenação de Sakineh, tanto a França quanto outros países europeus pediram ao Irã que desista da execução e que respeite seus compromissos internacionais, como o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, lembrou a diplomacia francesa.
"Estamos extremamente preocupados com as declarações do ex-advogado de Sakineh, Mohammad Mostafaei, segundo as quais ela teria sido vítima de torturas" para confessar, disse Christine.
A França "lembra sua oposição à pena de morte em todos os lugares e em todas as circunstâncias e pede que as autoridades iranianas estabeleçam uma moratória geral sobre as execuções, com o objetivo de abolir a pena capital", declarou a porta-voz.
Sakineh foi condenada em 2006 por manter relações ilícitas com dois homens após ficar viúva, o que, segundo a lei islâmica, também é considerado adultério. Primeiramente a pena foi de 99 chibatadas, depois convertida em morte por apedrejamento.
Em julho deste ano, seu advogado Mohammad Mostafaei tornou público o caso em um blog na internet, o que chamou a atenção da comunidade internacional. Perseguido pelas autoridades iranianas, ele fugiu para a Turquia, de onde buscou asilo político na Noruega.
O governo brasileiro ofereceu refúgio a Sakineh, o que foi rejeitado por Teerã. A pena de morte foi mantida por um tribunal de apelações, que acrescentou ao caso a acusação de conspiração para a morte do marido.
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