BELGRADO- O Parlamento sérvio aprovou nesta segunda-feira, 26, a determinação do governo de rechaçar a autoproclamada independência de Kosovo e pedir apoio internacional para continuar negociando uma saída diplomática para o conflito.
Após um intenso debate de quase duas horas, 192 deputados votaram em favor da proposta de estratégia do governo e 26 se pronunciaram contra, respaldando os planos de Belgrado após a Corte Internacional de Justiça (CIJ) considerar legal a proclamação de independência kosovar em 2008.
Parte da oposição nacionalista pediu demissão após o "fracasso" no processo da CIJ, enquanto a oposição liberal pediu mudanças políticas.
A posição governamental respaldada hoje pelo Parlamento mantém que a Sérvia nunca reconhecerá, implícita nem explicitamente, a independência de sua ex-província do sul.
As autoridades sérvias anunciaram uma intensa atividade diplomática para defender a integridade territorial e a soberania da Sérvia.
Belgrado irá propor à Assembleia Geral da ONU uma resolução para encontrar uma solução mediada aceitável pelas duas partes para a crise.
O documento apoiado hoje pelo Legislativo se refere a uma solução que possibilite uma reconciliação histórica dos povos sérvio e albanês e a paz e a estabilidade da região.
Ele também admite que a decisão da CIJ dificulta os esforços da Sérvia, mas ressalta a determinação de fazer o possível para conseguir apoio internacional para a causa.
O presidente sérvio, Boris Tadic, declarou ao Parlamento que a Sérvia debaterá "com todos os parceiros no mundo" sobre a futura resolução que proporá a ONU.
"Este é um momento difícil para a Sérvia. É necessário manter a calma, mas também a determinação. A Sérvia continua considerando que o direito internacional foi violado e que os albaneses kosovares não tiveram direito a secessão" disse o ministro de Exteriores, Vuk Jeremic, ao Parlamento.
Jeremic afirmou que a ofensiva diplomática se centrará agora em prevenir reconhecimentos da independência de Kosovo.
Até agora, 69 países, entre eles os Estados Unidos e a maioria de membros da União Europeia, deram seu apoio à soberania kosovar, enquanto países como Espanha, Rússia, China, Brasil e Índia se recusaram a fazê-lo.