
25 de setembro de 2007 | 15h22
A campanha política para as eleições parlamentares na Polônia esquentou esta semana depois que o recém-lançado Partido das Mulheres divulgou um cartaz que mostra sete mulheres nuas. A medida inusitada é a estratégia do partido de oposição para atrair votos e criticar a realidade política atual do país, marcada pela presença masculina em massa nos principais cargos políticos. Com a imagem das mulheres nuas, escondidas atrás do slogan "A Polônia é uma mulher", o partido defende a maior participação feminina na política e promete implantar medidas para melhorar as condições de vida das mulheres. "Queremos contrariar a idéia de que a política é suja e por isso usamos a nudez, que simboliza a limpeza. Além disso, também queremos mostrar que somos capazes de fazer qualquer coisa, até de ficarmos nuas, para defender o direito das mulheres", afirma Catajina Cruell, membro do partido, em entrevista à BBC Brasil. "As mulheres estão cada vez mais ativas no país, mas ainda não encontraram seu papel central na política. Isto é uma contradição", afirma. Indignação Fundado pela escritora Manuela Gretkowska em fevereiro de 2007, o Partido das Mulheres já conta com cinco mil membros e espera angariar pelo menos 5% das cadeiras do Parlamento nas eleições do dia 21 de outubro. O cartaz causou a indignação de partidos conservadores e da Igreja Católica. O Partido Lei e Justiça, da coalizão do governo, disse que a campanha política da oposição foi "um insulto aos eleitores". Gretkowska rebateu as críticas, argumentando que a campanha não tem nada a ver com sexo ou pornografia, e que as mulheres estampadas nele são "inteligentes, orgulhosas e compromissadas". A plataforma política do partido inclui propostas para a equiparação salarial entre homens e mulheres, a expansão de um programa social destinado à saúde infantil, além de medidas que "terão efeito imediato" no dia-a-dia das mulheres, como define Catajina Cruell. "Queremos que as mulheres tenham direito de falar abertamente sobre o aborto, o que atualmente é proibido", afirma. A última pesquisa de opinião realizada no país deu ao partido 3% das intenções de voto, abaixo dos 5% dos votos necessários para chegar ao Parlamento. Sondagens paralelas, no entanto, indicam que cerca de 60% das mulheres polonesas estariam dispostas a dar seu voto para o Partido das Mulheres.
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