Pesquisas de boca-de-urna indicam que a coligação conservadora da chanceler alemã, Angela Merkel, deve sair vencedora das eleições parlamentares deste domingo, 27. Seu rival na disputa, o ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, do Partido Social Democrata (SPD), admitiu a derrota.
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"Foi uma derrota amarga", disse Steinmeier. O SPD participa do governo alemão há 11 anos.
A premiê busca um segundo mandato e tenta mudar a coalizão que a mantém no poder, trocando os social-democratas por uma união de partidos de centro-direita. A Alemanha é um país parlamentarista. O partido vencedor das eleições deve formar uma coalizão para obter maioria no Parlamento.
De acordo com o canal de televisão ARD, a chapa de Merkel, formada pelo Partido Democrata Cristão e pela União Social-Cristã Bávara e obteve 33,5% dos votos, seguidos pelos social-democratas, de Steinmeier, que ficou com 22,5%. O Partido Democrático Liberal, de centro direita, teve 15%. A União de Esquerda ficou com 12,5% dos votos, e o Partido Verde, com 10,5%. Com isso, conservadores e democratas liberais devem formar a maioria no Parlamento.
Como funciona a votação
Os chamados mandatos adicionais são uma peculiaridade do sistema eleitoral alemão - os chamados mandatos adicionais - podem ser decisivos.
Seguindo o sistema misto alemão, a metade dos 598 deputados que deverá ter o próximo Parlamento Federal (Bundestag) serão eleitos por voto direto nas 299 circunscrições distribuídas em todo o território alemão enquanto a outra metade vai sair da lista dos partidos.
Cada eleitor tem um primeiro voto, que pode conceder a um dos candidatos que aspiram ao mandato direto de sua circunscrição, e um segundo voto que deve dar à lista de um dos partidos.
O segundo voto decide sobre a composição proporcional do Parlamento.
Pode acontecer de - quando surgem os mandatos adicionais - o número de mandatos diretos obtidos por um partido em um estado federado seja maior que o número de lugares que constam na lista regional.
Nesse caso, o número total de deputados do Parlamento aumenta para acomodar os deputados eleitos diretamente que não entrariam no Bundestag pela proporcionalidade.
Estes mandatos adicionais distorceriam em maior ou menor grau a composição do Parlamento favorecendo aos grande partidos, o Social Democrata e a União Democrata-Cristã, que dividem a grande maioria dos mandatos diretos.