Polícia de choque enfrenta manifestantes em Istambul no Dia do Trabalho

Governo diz que 90 pessoas ficaram feriadas e 142 foram detidas durante protesto

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Por Ayla Jean e Evrim Ergin
Atualização:

A polícia turca disparou gás lacrimogêneo, água de canhões e balas de borracha nesta quinta-feira para impedir manifestantes de desafiar o primeiro ministro Tayyip Erdogan e atingir a praça Taksim no Dia do Trabalho. Citando temores de segurança, autoridades fecharam partes do sistema público de transporte da cidade, levantaram barreiras e deslocaram milhares de policiais para bloquar o acesso a praça, um ponto tradicional de manifestações e foco de semanas de protestos contra o governo no ano passado. Erdogan, que alertou na semana passada que não deixaria os sindicatos marcharem até Taksim, afirmou que tanto os protestos do ano passado quanto um escândalo de corrupção envolvendo seu governo desde dezembro são parte de uma conspiração para prejudicá-lo. Mas as medidas de segurança não conseguiram deter milhares de pessoas, com manifestantes fugindo da polícia nas ruas próximas cheias de gás lacrimogênio. Os manifestantes nas redondezas tentaram repetidamente romper as barreiras policiais bloqueando o caminho para Taksim, um local turístico e cheio de lojas. O gabinete do governador de Istambul disse que 90 pessoas ficaram feriadas, sendo que 19 são policiais, e 142 foram detidas. Policiais encontraram oito bombas caseiras. No distrito Omeydani, membros de grupos de esquerda jogaram fogos de artifício em forças de segurança, que responderam com balas de borracha. Conflitos similares ocorreram em março no funeral do adolescente Berkin Elvan, que estava em coma após ter sido ferido em protestos no ano passado. A imagem de Elvan foi mostrada em um pôster gigante nesta quinta-feira com alguns dos manifestantes gritando "assassinos de Berkin" à polícia. A polícia também usou canhões de água e gás para dispersar mais de um milhão de manifestantes em Ankara.

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