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Políticos católicos alemães pedem fim do celibato clerical

Atualização:

Vários políticos católicos importantes pediram a bispos alemães que pressionem seu compatriota Bento 16 a alterar a política da Igreja que proíbe a ordenação de padres casados, o que poderia atenuar a escassez de clérigos. O grupo, que inclui o presidente do Parlamento e uma ministra, citou um ensaio escrito em 1970 pelo atual papa, em que ele prevê que a Igreja "conhecerá novas formas de ministério e ordenará cristãos (leigos) virtuosos como padres." Os bispos alemães estimam que dois terços das paróquias do país fiquem sem padre até 2020. Como em outros países, as dioceses têm fundido paróquias para que o clero, cada vez mais enxuto, precise dar conta de áreas cada vez maiores. O papa Bento 16 rejeita firmemente o fim do celibato, apesar dos apelos de alguns bispos - especialmente em países de língua alemã - para que ele estude uma mudança. Os políticos, que terão seu apelo publicado na edição de sábado do jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, argumentam que a manutenção do celibato não é tão importante quanto "a necessidade de muitas paróquias sem padres que não são mais capazes de celebrar a missa todo domingo." "Só uma reforma na estrutura (das paróquias) da Igreja não pode ser a resposta à escassez de padres", escrevem os oito signatários, entre eles o presidente do Bundestag (Parlamento), Norbert Lammert, a ministra da Educação, Annette Schavan, e três ex-governadores estaduais. Os políticos propuseram que a Igreja ordene "homens de valor comprovado", católicos pios e casados, cujas esposas já não estejam mais em idade de parir. Se o Vaticano continuar rejeitando essa opção, a Igreja alemã deveria "considerar uma exceção regional", disseram. O apelo parece ter pouca chance de ser atendido pelo Vaticano, que orienta seus fiéis a orarem por mais vocações para o clero. A exemplo do que ocorreu em outros países, a Igreja alemã se viu nos últimos tempos afetada por escândalos de pedofilia envolvendo padres. Alguns críticos dizem que o celibato favorece esse tipo de comportamento, uma ligação que a Igreja rejeita. Pesquisas mostram que, por causa dos escândalos, cerca de um quarto dos católicos alemães cogita se afastar da Igreja. (Reportagem de Eric Kelsey)

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