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Políticos na Espanha prometem interromper despejos após suicídio

Atualização:

O primeiro-ministro conservador da Espanha e o líder da oposição irão buscar um acordo de medidas, na segunda-feira, para impedir que os bancos despejem os proprietários de suas casas, depois que uma mulher se suicidou antes que a sua propriedade fosse retomada, causando indignação pública. "Ninguém deveria ficar sem sua casa por não ter como pagar", disse o líder do partido Socialista, de oposição, Alfredo Perez Rubalcaba, neste sábado. O credor hipotecário espanhol Kutxabank disse que suspenderia as retomadas, depois que a ex-vereadora socialista Amaia Egana, de 53 anos, se jogou da janela de seu apartamento, no quarto andar, em Barakaldo, no País Basco, enquanto oficiais de justiça subiam as escadas para despejá-la, na sexta-feira. A morte de Egana, o segundo suicídio ligado aos despejos na Espanha nas últimas semanas, aumentou a urgência de um acordo alcançado na quarta-feira entre o partido governante, o conservador Partido do Povo e os Socialistas, para buscar um acordo bipartidário sobre a retomada de propriedades. Pichações, acusando os banqueiros de assassinato e exigindo o fim dos despejos apareceram em algumas agências bancárias no País Basco neste sábado, informou a imprensa espanhola. "Estamos passando por coisas que ninguém gosta de ver, situações que são completamente desumanas", disse o primeiro-ministro Mariano Rajoy, durante uma reunião política, horas depois da morte de Egana. "Espero que na segunda-feira possamos falar sobre a suspensão temporária dos despejos para as famílias mais vulneráveis." Uma medida seria a concessão de carências, informou a imprensa espanhola. Rajoy disse que as regras não seriam retroativas, enquanto que Rubalcaba pediu que fossem incluídos os despejos anteriores. Houve cerca de 400 mil despejos na Espanha desde que uma bolha imobiliária estourou em 2008. O desemprego atingiu nível recorde de 25 por cento no terceiro trimestre, e a Comissão Europeia espera que a economia se retraia em 1,4 por cento neste ano e no próximo, enquanto a segunda recessão desde o final de 2009 se arrasta. (Por Iciar Reinlein)

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